Preço do trigo vai subir em 2018

Na estimativa da consultoria Trigo & Farinhas, os preços do grão de trigo irão subir no próximo ano, por força da necessidade de utilizar trigo importado para atender às exigências de qualidade nas farinhas.

“A safra de trigo nacional, próprio para moagem, foi de apenas 3.2 milhões de toneladas, mais uns dois milhões de estoque final da safra 2016/17 (há controvérsias), de modo que o Brasil terá de adquirir cerca de 7.2 milhões de trigo em grão e aumentar a importação direta de farinhas”, informou o analista Luiz Fernando Pacheco.

Segundo a T&F, o grande problema está na demanda por farinhas. “Ela existe, mas a maioria dos moinhos não está encontrando, porque mudou muito. Houve movimento de ocupação do território no primeiro semestre deste ano, entre alguns moinhos do sul, que gerou um primeiro desarranjo no mercado de todos”.

“No segundo semestre, este movimento arrefeceu e começou outro, bem mais forte e perigoso, dos moinhos do nordeste em direção ao sul. Primeiro trataram de garantir o seu próprio feudo na região, conseguindo incentivos estaduais”, afirmou Pacheco.

“A Bahia, por exemplo, concede desconto de até R$ 16,00/saca, tornando o preço da farinha local mais barata que a farinha que vem do Sul. Depois, trataram de captar os clientes de MG, ES, RJ e SP dos moinhos do sul, que, assim, se viram sem demanda”.

De acordo com o analista, a demanda existe, porém trocou de mãos. “É com este cenário que estamos entrando em 2018. Para fazer farinhas de qualidade, os moinhos terão de importar trigo argentino. Como os preços das farinhas não estão subindo, terão de misturar esse trigo com o gaúcho, mais barato, ou com trigo paranaense, para fazer mescla de preços e de qualidade”.

“E como concorrer com os moinhos do Nordeste, cuja importação e logística é (muito) mais competitiva do que os do sul, quando se trata de trigo importado? Então, prevemos a continuação dos tempos difíceis para a lucratividade dos moinhos em 2018, porque, de um lado, as matérias primas (trigo em grão, energia, salários, combustíveis, fretes) tenderão a subir e os preços das farinhas tenderão a não subir ou até a cair”, disse Pacheco.

“A reação da economia, que chegou a alguns bens de consumo, como automóveis, linha branca, eletrônicos, roupas, ainda não chegou às massas e biscoitos, que é o nosso mercado. A grande pergunta que sempre fazemos é: por que será? Falta de propaganda, em nossa opinião”, concluiu.

 

Fonte: Agrolink

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