A carne de frango começa a recuperar preços neste mês no atacado, com alta superior à bovina e à suína. Apesar desse aumento, a carne de frango perde em muito para as demais nas últimas semanas, quando se comparam os reajustes de cada uma.
Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indica que a defasagem da carne de frango, em relação à de frango e à bovina, é a maior desde 2004, quando o órgão iniciou essa comparação.
A carne suína vale 98% mais do que a de frango, quando comparados os preços no atacado. A carne bovina supera em 150% a de ave.
Para mostrar que a carne de frango teve reajuste bem menor do que as demais, o Cepea tomou como base os preços no atacado no final de setembro. Dessa data até terça-feira (11), as carnes bovina e suína subiram 16%. A de frango, apenas 4%.
Francisco Turra, da Abpa (associação de produtores e exportadores de carnes de frango e suína), diz que esse descasamento se deve mais a uma questão de quantidade do que a outros fatores.
Demandas interna e externa existem para todos as carnes, mas a rapidez com que o setor consegue repor a produção de frango permite um abastecimento melhor. “A produção de frango é mais flexível. Uma redução de oferta pode ser recomposta em poucas semanas. Se faltar carne suína, a oferta só volta a se regularizar em dez meses”, diz Turra.
Ele acredita, no entanto, que este final de ano voltará a ser mais favorável para o frango. Devido ao intenso aumento de preços das proteínas, poderá haver uma redução na procura interna. O frango ganhará mercado devido ao menor preço, diz ele.
O grande propulsor desse aumento de preços das carnes foram as demandas externa, principalmente a vinda da Rússia, e interna. Com isso, a carne bovina atingiu o valor histórico de R$ 145 por arroba nesta quarta-feira (12) em São Paulo, segundo a Informa Economics FNP.
A carne suína está em R$ 100 por arroba; e a de ave, após ter atingido R$ 2,80, caiu para R$ 2,70 por quilo. É um bom ano para as proteínas, avalia Turra. A produção de carne de frango atingirá 12,7 milhões de toneladas; a bovina, 9 milhões, e a suína, 3,5 milhões.
Fonte: Folha de S. Paulo