As cotações da soja registraram ontem (2/8) um dia de baixa no mercado físico brasileiro, com a queda do dólar (0,06%) e da Bolsa de Chicago (0,48%). Segundo os índices do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a cotação nos portos caiu 0,23%, enquanto o do mercado interno subiu 0,21%.
Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, a alta de 2,08% nos prêmios de setembro em Paranaguá não compensou a queda na moeda e na Bolsa norte-americanas. Com isso, os preços da soja brasileira caíram para R$ 88,40/saca nos terminais portuários (elevando as perdas de agosto para 1,26%) e para R$ 82,53 nas praças do interior, elevando as perdas de agosto para 0,73%.
“Um dos problemas que impedem a alta dos preços da soja é o frete para os portos, que reduz o preço líquido no interior, uma vez que as tradings têm de pagar preço cheio de ida e volta dos caminhões, como determina a nova tabela de fretes”, disse Pacheco.
Outro problema é do farelo no mercado interno, que, na maioria das praças acompanhadas pela T&F, apresenta estagnação ou até queda, uma vez que a demanda das fábricas de ração está cada vez menor.
“Há mais de três meses estamos afirmando que preços de farelo acima de R$ 1.200,00 a tonelada quebra as fábricas de ração ou as indústrias de aves”, afirmou o analista da T&F.
“O preço médio do farelo de soja hoje está ao redor de R$ 1.440,00 a tonelada, sem chance de subir mais, muito menos de aumentar a demanda. Com isso, a tendência do mercado interno é para baixo, assim como a de Chicago, enquanto Trump não se entende com os chineses”.
Fonte: Agrolink