Preço da soja cai abaixo do esperado no Brasil

Os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a semana em queda (mensais) de 1,60% nos portos e 1,57% no interior. A informação é da T&F Consultoria Agroeconômica. As baixas vieram apesar da alta de 1,16% da soja em Chicago e de 10% nos prêmios de dezembro, que foram parcialmente compensando a queda de 1% do dólar no Brasil.

Com isso, os preços médios da soja para exportação caíram 0,67%, para R$ 94,09, na sexta-feira, aumentando a queda na semana para 1,60%. Já no mercado interno o preço subiu 0,09% para R$ 87,59, reduzindo a queda mensal para 1,57%.

“Os preços da soja caíram abaixo dos patamares mínimos desejados pelos agricultores e eles se retiraram do mercado, esperando a volta das cotações, o que pode explicar a falta de interesse na exportação”, disse o analista da T&F, Luiz Fernando Pacheco.

“Já no mercado interno, algumas indústrias foram mais agressivas devido à maior procura por óleo, cujos preços, tanto na exportação, como no mercado interno, melhoraram um pouco esta semana”.

Segundo a T&F, na ronda dos estados, os preços foram caindo durante a semana, acompanhando a queda do dólar. No Rio Grande do Sul se manteve nos níveis de R$ 87,00 para pagamento curto, na região da Serra.

Sobre rodas no porto de Rio Grande os preços estiveram a R$ 94,30, enquanto para outubro/18 vale R$ 92,00 e para maio/19 está cotado a R$ 83,00, com junho/19 a R$ 83,50.

No Paraná, preços de R$ 88,50 com pagamento 30/10 e R$ 89,00 com pagamento 9/11 no oeste do estado. Em Guarapuava, no centro-sul do estado, a soja foi cotada a R$ 88,00 no mercado spot.

Na região dos Campos Gerais a semana foi travada, com preços de R$ 82,00 no balcão, R$ 90,00 no mercado de lotes spot, com pagamento em meados de novembro e R$ 95,00 no porto.

No Mato Grosso do Sul, a soja spot chegou a rodar alguns negócios pontuais na casa de R$ 85,00 base Dourados. No Mato Grosso, os preços no spot estão entre R$ 81,00 e R$ 79,00 e no mercado futuro entre R$ 75,00 e R$ 73,00 para janeiro 19 e R$ 72,00 a R$ 70,00 para fevereiro/19.

Na Bahia, o mercado disponível negociou a R$ 70,00 no mercado spot e R$ 78,50 para dezembro.

Preços do milho têm pouca chance de subir

Na avaliação da T&F Consultoria, os preços do milho no mercado brasileiro podem até parar de cair, mas tem poucas chances de voltar ao alto patamar anterior. Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, a retração dos vendedores poderá estancar a queda livre nas cotações.

“Dizemos ‘poderá’, porque a intenção deles realmente é esta, de criar escassez no mercado para ver se o preço volta a subir. Mas há algo que eles não podem esconder, que são os estoques. Como vínhamos dizendo há bastante tempo, quanto menos eles venderem, mais aumentam os estoques”, afirmou Pacheco.

Isso porque, explicou o analista, toda a safrinha já foi colhida e a quantidade do milho é conhecida. “Ela já era alta, mas foi aumentado consideravelmente pela queda do volume das exportações, projetadas inicialmente para 30 milhões de toneladas e agora aceitas como 20 milhões de toneladas”.

“A menos que segurem os estoques de uma safra para outra (e, com isto, só aumentarão ainda mais estes estoques, porque a safra de verão está chegando daqui há dois meses) ou que ocorra uma catástrofe climática com a safra de verão (que não é impossível, segundo os dados os prognósticos de falta de chuva no período de outubro a dezembro), os preços têm pouca chance de subir novamente”, disse Pacheco.

“Mas, mesmo que haja quebra da safra de verão, os estoques acumulados (37% a mais do que o previsto inicialmente) poderão compensar um pouco a falta”.

Além disso, observou o analista, “a demanda diminuiu, tanto a do mercado interno (devido à queda nas exportações de carnes), quanto a do mercado externo (devido ao tabelamento dos fretes e à falta de competitividade do milho brasileiro versus o americano e o argentino). Então, estes dois fatores estão jogando contra possíveis altas a médio e longo prazo”.

 

Fonte: Agrolink

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