Preço da saca de açúcar cristal do Brasil atinge nova máxima histórica

A saca de 50 kg de açúcar cristal alcançou o valor recorde de R$ 100,68 no fechamento da sessão em São Paulo na quarta-feira, à medida que a colheita da cana-de-açúcar termina mais cedo do que o previsto, e o mundo se encaminha para o segundo ano de déficit do adoçante.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), a saca de açúcar cristal subiu 0,3% em relação ao valor de terça-feira, R$ 100,37. Foi a primeira vez que o preço da saca superou a marca de R$ 100 desde que a instituição começou a registrar os preços, em maio de 2003.

A movimento dos preços ressalta a situação de escassez global do adoçante após problemas climáticos reduzirem a produção em importantes produtores globais no último ano. “Além da firme posição das usinas em relação aos preços, perspectivas para uma oferta menor de açúcar no mercado global continuam a dar suporte aos preços no Brasil”, disse o Cepea/Esalq em nota publicada mais cedo nesta semana.

A Datagro projeta um déficit global na oferta de açúcar de 8.26 milhões de toneladas em 2016/17. Os preços no mercado doméstico de açúcar estão provocando o cancelamento de alguns contratos de exportação. Algumas usinas estão pagando os custos para cancelar os contratos com tradings, preferindo vender o açúcar no mercado interno.

Segundo um operador sênior em uma importante empresa internacional de negociação de açúcar que opera em São Paulo, contratos de exportação totalizando cerca de 300 mil toneladas haviam sido cancelados até agora na atual safra do centro-sul do Brasil, uma vez que companhias estão conseguindo acordos melhores no mercado doméstico.

Mas o operador, que pediu para não ser identificado porque não tem autorização para falar publicamente sobre o assunto, não considerou a quantia relevante, tendo em vista a expectativa de volume exportável do centro-sul do Brasil neste ano, próximo de 25 milhões de toneladas. “Esses cancelamentos acontecem todo ano. Algumas vezes mais, outras menos, e por motivos diferentes”, disse ele.

 

Fonte: Reuters

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