Práticas ESG impulsionam estratégias de desenvolvimento sustentável no agro

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Foto: Kelem Guimarães/Embrapa

É cada vez maior a adesão de empresas do agronegócio aos padrões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). As ferramentas oferecidas por esse conjunto de critérios permitem a tomada de decisões que impactam nas estratégias de empresas setor, que hoje em dia buscam se alinhar aos objetivos do desenvolvimento sustentável.

“Quanto mais as empresas, os estados e municípios embarcarem nos critérios ESG mais ainda a produção brasileira terá o ‘selo verde’ de ambiente limpo, inclusivo e transparente”, afirma o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves.

Segundo ele, com a expansão sustentável na produção, o Brasil será capaz de alimentar de 1 bilhão e meio a 2 bilhões de pessoas no mundo. Atualmente, segundo dados da Embrapa, o País garante alimentação a 800 milhões de pessoas no planeta.

Para o diretor da SNA, é importante que as empresas do agro adquiram uma cultura de implementação de projetos para cada um dos itens que compõem os padrões ESG, a fim de promover melhorias “em todos os sentidos”.

Marketplaces

No aspecto ambiental, o especialista recomenda, a exemplo de outras empresas, a utilização de tecnologias como a de Blockchain (redes que registram transações envolvendo criptoativos para digitalizar produtos físicos como a soja e o milho). Segundo ele, esse sistema pode consolidar marketplaces independentes, conectando produtores, vendedores, distribuidores, exportadores, “em um ambiente 100% digital, ágil e seguro”.

No entanto, lembra Fava, “é importante estabelecer que apenas os produtos que são cultivados em propriedades que respeitam as regras ambientais para a preservação das áreas de vegetação nativa podem ser negociados”.

Outros projetos

No âmbito social, o diretor da SNA destaca a elaboração de projetos que promovem a bioeconomia, a saúde e educação em comunidades e o aumento de renda. É o caso do programa Fundo para a Amazônia.

“As iniciativas de economia comunitária inclusiva que fazem parte desse fundo fortalecem aspectos como a bioeconomia da cadeia do açaí, a educação na floresta, a saúde e a educação e o aumento da renda das famílias locais”, explica Fava, chamando a atenção para outros fatores positivos como a conservação de áreas certificadas; maior participação feminina, autonomia financeira e melhoria dos indicadores sociais.

Com relação à governança, o diretor da SNA cita a importância de adoção de sistemas como o de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). “Neste caso, a governança está na transparência, na cadeia produtiva, na mensuração e acesso a dados e na obtenção de selos de identificação”, salienta.

Oportunidade

“Se formos vulneráveis nesses aspectos, nossos concorrentes internacionais, os protecionistas que estão com outros objetivos que não efetivamente o da governança, o da preservação e o da melhoria da vida das pessoas, vão bater na produção brasileira”, salienta Fava, lembrando ainda que o Brasil tem uma grande oportunidade no atual mercado internacional de carbono.

“Vamos vender preservação. Empresas que praticam sustentabilidade, agricultura regenerativa, economia circular, vão poder vender limpeza para o mundo em todos os sentidos”, conclui.

 

Fonte: Doutor Agro
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