Plantio de trigo avança no Paraná e atrasa no Rio Grande do Sul devido ao excesso de chuvas

O mercado brasileiro de trigo se aproxima do fim da semana já com preços reagindo tanto à elevação cambial quanto a uma disponibilidade menor do produto – tanto no âmbito doméstico, como no Mercosul. Segundo o analista de Safras & Mercado Jonathan Pinheiro, muitos produtores seguem retraídos, aguardando por preços ainda melhores, apesar dos recentes reajustes.

Pelo lado da demanda, os moinhos de grande porte seguem bem abastecidos, mantendo estoques suficientes para pelo menos até junho, sem necessidade de maiores aquisições no curto prazo. “É importante destacar que a alta no câmbio favoreceu a liquidez interna, o que já reflete em recuperação nos preços nacionais”.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), informou que o plantio de trigo para a safra 2016/17 já atingiu 65% da área estimada para o estado. Segundo o Deral, 100% das lavouras estão em boas condições, divididas entre as fases de germinação (15%) e crescimento vegetativo (85%).

A plantada com trigo é estimada em 992.470 hectares, 10% abaixo dos 1.1 milhão de hectares da safra anterior. A produção deve totalizar 3.12 milhões de toneladas, 11% abaixo das 3.486 milhões de toneladas da última temporada. A produtividade média é projetada em 3,143 toneladas por hectare.

Já no Rio Grande do Sul, com uma semana de alta umidade, os produtores estão apenas realizando o preparo da área a ser semeada com a cultura por meio da dessecação. Nas principais regiões produtoras, ao norte do estado, está atrasada a implantação da cultura, sendo que até o momento apenas 3% da área de 727.700 hectares, previstos para este ano, já está semeada e em desenvolvimento vegetativo, contra a média de 4% nos últimos anos.

As áreas implantadas a partir de 10 de maio apresentam, até o momento, boa emergência, porém, expressam sintomas de clorose (pouca fotossíntese) devido à baixa luminosidade.

Na região de Santa Rosa, ao norte do Rio Grande do Sul, o plantio do trigo avançou pouco na última semana. Segundo o engenheiro agrônomo da cooperativa Cotrirosa, Taciano Reginatto, os trabalhos já estão atrasados devido ao excesso de umidade. A superfície semeada não atinge 5% da área total, estimada em nove mil hectares.

“Tem pouquíssimo trigo plantado. Praticamente não avançou nos últimos dez dias. A região já recebeu muitas chuvas, e a meteorologia prevê mais precipitações para essa semana e semana que vem”. Reginatto observa que o plantio forte ocorre em junho. “No que tiver condições, vai ser bem rápido”.

 

Fonte: Agência Safras

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