Plantio de transgênicos em expansão

 

O plantio de soja, milho e algodão transgênicos deverá ocupar 40,3 milhões de hectares nas temporadas de verão e de inverno da safra 2013/14 no Brasil, conforme levantamento da Céleres divulgado ontem. Se confirmada, a área será 7,3% maior que a estimada pela consultoria para o ciclo 2011/12 (37,6 milhões de hectares).

As projeções apontam para uma área total de transgênicos de 18,2 milhões de hectares no Centro-Oeste, de 13,7 milhões no Sul e de 3,8 milhões no Sudeste, as três principais regiões produtoras de grãos e fibras do país.

A soja continuará a puxar o avanço dos organismos geneticamente modificados (OGMs) no campo brasileiro. Na semeadura que começará em meados de setembro, a Céleres estima que as variedades transgênicas da oleaginosa cobrirão quase 27 milhões de hectares, 8,9% mais que na temporada passada e 92,4% da área plantada total do grão estimada para 2013/14. Nessa área total, a previsão da consultoria para a colheita é de 85,2 milhões de toneladas.

No levantamento, a Céleres calcula que a maior taxa de adoção das diferentes sojas transgênicas (tolerante a herbicida e tolerante a herbicidas e resistente a insetos ao mesmo tempo) em 2013/14 será no Sul do país. Na região, o percentual poderá alcançar 94,1%, puxado pelo Rio Grande do Sul (99,1%). No Sudeste, a taxa média tende a atingir 93,7%, com destaque para São Paulo (95,2%), enquanto no Centro-Oeste chegará a 93,3%, liderada pelo Distrito Federal (99,7%).

Já o plantio nacional de milho transgênico deverá, conforme a consultoria, ocupar 12,9 milhões de hectares em 2013/14 na soma das safras de verão e inverno, um crescimento de 3,7%. No verão, serão 5,2 milhões de hectares; no inverno, 7,7 milhões. Entre as principais regiões produtoras do cereal, o Sudeste lidera a taxa de adesão no verão aos híbridos modificados, com 91,9%. O Sul puxa a conta no inverno, com 95%. No total, entre variedades convencionais e transgênicas, a Céleres prevê a colheita total de milho em 2013/14 em 85,1 milhões de toneladas.

No caso do algodão, os números são mais modestos. A Céleres prevê que a área total cultivada com o produto geneticamente modificado será da ordem de 470 mil hectares. Em termos absolutos, haverá um crescimento de 4,8%, mas, relativamente, a adesão deverá recuar de 49,4%, na safra 2012/13, para 47% em 2012/13. Nas lavouras de soja e milho, a adesão tem aumentado de maneira progressiva.

Das três principais regiões produtoras do país, o Sudeste também tende a encabeçar a taxa de adesão ao algodão modificado, com percentual de 58,8%.

A Céleres lembra que há um feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa liberado para cultivo no país, mas que ainda não há sementes à disposição do produtor.

 

 Fonte: Valor Econômico (Fernando Lopes)

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