Plantio de soja convencional deve atingir 15% da área em Mato Grosso

O plantio de soja convencional na safra 2017/2018 deve chegar a 15% da área plantada em Mato Grosso e superar os 1.2 milhão de hectares, que ocupam pouco mais de 13,7% no estado. A estimativa é do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Endrigo Dalcin, tendo por base dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), e foi apresentada durante o Fórum Brasileiro de Agricultura Sustentável, realizado em Goiânia nos dias 18 e 19 de agosto.

Dalcin participou do painel “Produção Sustentável de Soja Convencional” e falou sobre os avanços do programa Soja Livre, uma parceria da Aprosoja Mato Grosso, Embrapa e diversos parceiros que, desde 2009, estimula e promove o uso de soja convencional nas lavouras.

“As biotecnologias tomaram muito campo, mas devagarzinho vamos colocando esta sementinha na cabeça do produtor. Hoje, no Brasil, temos 6% da área plantada com soja convencional. Mato Grosso deve chegar este ano a 15%. Realmente o produtor entendeu o recado e está comprando a ideia. A gente vê vários produtores mudando 100% de sua produção para convencional. Temos feito várias ações, divulgações e tudo isso vai ajudar”, disse.

Endrigo classifica a soja convencional como ferramenta importante para o manejo da lavoura e com resultados positivos em termos de ganho ambiental e de sustentabilidade da cadeia. “Com a soja convencional, o manejo é mais intensificado. Além do prêmio pago ao produtor, uma característica importante é o controle e resistência a pragas. Temos plantas daninhas cada vez mais resistentes ao glifosato, que é o herbicida de controle seletivo. E estas sementes convencionais trazem de volta os herbicidas pós-emergentes e todos estes produtos que estavam adormecidos”, disse.

O presidente da Aprosoja-MT discorda de quem pensa que estas cultivares são ultrapassadas e não possuem tecnologia. “Temos sementes convencionais com altíssima tecnologia. Tivemos produtividades acima de 67 sacas por hectare em regiões de Mato Grosso. Precisamos deste material genético para fornecer opções de plantio para o produtor”, afirmou.

Segundo Dalcin, além de serem sementes de qualidade, o preço pago ao produtor é mais alto. “Os custos de produção estão cada vez mais elevados, principalmente com sementes e biotecnologia. O custo com a convencional é praticamente igual, só que a gente tem um ganho a mais no preço pago ao produtor, que foi de US$ 3,00 a US$ 4,00 por saca na safra passada. Isto nos incentiva”.

Segundo ele, há mercados para produtos diferenciados. “Europa e Ásia são nossos principais compradores. Estamos buscando outros mercados para que possamos crescer um pouquinho mais. Por isso é importante mantermos vivas estas variedades e ajudar o produtor a plantar. Mas precisamos que os pesquisadores façam cultivares com mais tecnologias e que a Embrapa continue fazendo melhoramentos nas variedades para incentivar toda a cadeia”, disse.

Fonte: DBO

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