Plano de recuperação do empresário rural José Pupin é aprovado

O plano de recuperação judicial do empresário rural José Pupin, um dos maiores produtores de algodão do País e Vera Lúcia Camargo Pupin, sua esposa, foi aprovado ontem em assembleia de credores. O processo corre no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), na comarca de Campo Verde.

O plano de recuperação de Pupin como pessoa física contempla a dívida das empresas do seu grupo que estão em nome dele e de sua esposa, num total de cerca de R$ 1.3 bilhão.

A dívida do grupo Pupin, pessoa jurídica, é de R$ 92.7 milhões e é objeto de outro plano de recuperação. A dívida total está nominada em reais e em dólares: R$ 825.1 milhões e US$ 128.4 milhões. Os ativos do grupo e dos sócios são avaliados em aproximadamente R$ 1.4 bilhão.

Segundo o plano aprovado ontem, as dívidas trabalhistas, num total de R$ 1.9 milhão, serão pagas em até 12 meses a partir da homologação do plano.

Para as classes com garantia real e sem garantia real, o plano estabelece o pagamento de 30% do montante devido com um prazo de 20 anos, sendo o primeiro ano de carência total, o segundo e o terceiro anos com carência para pagamento, mas com juros de 2% ao ano e correção monetária.

As parcelas serão anuais, com 5% do principal pago ao ano. As dívidas com garantia somam R$ 721.7 milhões e US$ 74 milhões. Na classe III, sem garantia, a dívida soma R$ 100.4 milhões e US$ 54.4 milhões.

“Essa foi a única possibilidade de reestruturar o grupo pela geração de caixa”, disse ao Valor José Luis Finocchio Junior, advogado do escritório Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados.

Para a classe IV, que corresponde a micro e pequenas empresas, o credor pode também optar pelo recebimento do pagamento de 30% do valor total na lista de credores de autoria do administrador judicial, com dois anos para o pagamento. Serão parcelas também anuais com 1% de juros ao ano mais a atualização monetária. As dívidas para essa classe somam R$ 1.2 milhão.

A empresa de José Pupin, ainda em operação, teve receita de R$ 200 milhões na safra 2016/17 com a colheita de algodão, soja e milho. Para 2017/18, a estimativa é de faturamento de R$ 280 milhões.

 

Fonte: Valor

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