A estimativa para a produção de grãos no período 2012/13 deve ficar entre 176,82 e 181,55 milhões de toneladas, de acordo com o segundo levantamento de safra recentemente divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Brasília. O valor representa um aumento entre 6,4% e 9,3% comparado à safra passada, que chegou a 166,17 milhões.
A soja destaca-se como a cultura de maior crescimento de produção, com acréscimo estimado entre 13,71 milhões e 16,61 milhões de toneladas em relação à safra anterior. Em comparação com o estudo das culturas de algodão, arroz, feijão primeira safra e milho primeira safra, foi o grão que apresentou crescimento de área, com variação de 5,5% a 9,3% acima do obtido na safra anterior, quando foram cultivados 25,04 milhões de hectares. “Conforme já havia sido identificado no primeiro levantamento, a soja segue liderando o crescimento de área ‘roubando’ áreas de outras culturas, como Feijão, Arroz, Algodão e Milho Verão. O crescimento deve alcançar o intervalo entre 8 e 10% no consolidado país, um pouco superior ao da Conab”, avalia o diretor da SNA Fernando Pimentel.
O milho primeira safra apresentou uma elevação entre 216,6 mil e 1,52 milhão de toneladas, enquanto o feijão primeira safra deve variar entre -1,4 mil e 49,3 mil toneladas – resultado dos altos preços do grão no mercado, que ocorre devido à quebra de safra dos principais países exportadores.
A totalidade de área cultivada deve ficar entre 50,89 e 52,22 milhões de hectares, resultado que indica desde a manutenção a um aumento de 2,6% de área em relação ao período 2011/12.
Leia a seguir uma entrevista com Fernando Pimentel sobre o levantamento.
SNA: Como o senhor avalia o resultado do segundo levantamento da safra de grãos 2012/2013?
F.P.: Conforme já havia sido identificado no primeiro levantamento, a soja segue liderando o crescimento de área “roubando” áreas de outras culturas, como Feijão, Arroz, Algodão e Milho Verão. O crescimento deve alcançar o intervalo entre 8 e 10% no consolidado país, um pouco superior ao da Conab. Os preços ainda firmes da cultura e a alternativa tecnológica, na maioria das regiões, de transferir mais áreas de milho para o inverno explicam essa tendência.
SNA: O preço do feijão primeira safra deve continuar elevado?
F.P.: Sim. De certa forma a redução de área já é, por si só, um elemento fundamental para a manutenção dos preços. No destino, isso também se explica pela elevação do frete.
SNA: A tendência é que a soja continue em destaque nos próximos levantamentos? Além da soja, que outras culturas estão com resultados positivos e que devem beneficiar os produtores rurais?
F.P.: Sim, a soja está assumindo uma forte liderança na geração de renda no campo e deve se manter firme nos próximos 18 meses. É possível que, depois de ter saído quase na totalidade do Estado de São Paulo, por conta da boa remuneração por lá, ela volte a ocupar algum espaço nas regiões da Mogiana e Sorocabana, onde originalmente era plantada.
SNA: Que culturas podem gerar menos produtividade para os produtores?
F.P.: O trigo no sul já vem sofrendo com o excesso de chuva na colheita, o que compromete a produtividade e qualidade do grão. No caso da soja, o fato de ter atrasado o plantio da cultura no Cerrado também deve atrasar o plantio do milho segunda safra, que poderá sofrer um pouco mais com o clima. Os produtores terão que estender o seu plantio até a segunda quinzena de março, o que é um risco maior para a cultura.