PIB do agronegócio para 2021 é revisado de 2,20% para 2,60%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para cima a nova estimativa do PIB do setor agropecuário para 2021. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, mostram que os pesquisadores revisaram de 2,20% para 2,60% a estimativa de crescimento do PIB do setor para este ano, na comparação com 2020, com crescimento de 2,70% para a produção vegetal e 2,50% para a produção animal.

O que motivou a revisão para cima foi a melhora no resultado esperado, neste ano, de itens importantes tanto na produção vegetal como animal. Os principais riscos dessa projeção de crescimento estão relacionados à crise hídrica, que pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda.

Na produção vegetal, para o qual se estima um crescimento de 2,70% no ano, a queda esperada da produção de importantes culturas, como o café (-21%), algodão (-19,70%), milho (-3,90%) e cana de açúcar (-3,10%), não é suficiente para comprometer o bom desempenho geral da agricultura, sustentada pelos aumentos da produção de soja (9,40%), do arroz (2,80%) e do trigo (27,90%).

Pecuária

Na produção animal, para a qual se estima uma alta de 2,50% no ano, há projeção de crescimento da produção de todos os segmentos: bovinos (0,90%), suínos (6,80%), aves (6,50%), leite (3,20%) e ovos (2,30%). Apesar de positivo, o desempenho da carne bovina ficou aquém do esperado, porém compensado pela forte alta de suínos e aves.

“A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate”, disse Pedro Garcia, um dos autores do estudo e pesquisador associado do Ipea.

Riscos

O levantamento trata ainda dos principais riscos relacionados ao setor. No caso da produção vegetal, a ocorrência de choques climáticos adversos no centro-sul e a possibilidade de adoção de medidas restritivas ao uso da água para a lavoura, em função da necessidade de poupar o recurso para a geração de energia hidroelétrica, pode afetar negativamente as estimativas para alguns produtos.

No que diz respeito à produção animal, o risco continua sendo uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado.

O levantamento foi realizado com base nas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em projeções próprias para a pecuária, a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite.

 

 

Fonte: Ipea

Equipe SNA

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