PIB brasileiro cai 1,7% no terceiro trimestre de 2015

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve queda de 1,7% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o terceiro recuo trimestral consecutivo da atividade econômica do País e o mais intenso para o período desde o início da série do instituto, em 1996. No segundo trimestre, a economia se retraiu 2,1% em relação aos três meses até março, após revisão. Inicialmente, a queda informada foi de 1,9%.

O resultado de julho a setembro foi pior que a média apurada pelo Valor Data junto a 17 consultorias e instituições financeiras, de queda de 1,3%. As projeções variaram de recuo de 0,9% a contração de 1,9%.

O resultado de julho a setembro foi pior que a média apurada pelo Valor Data junto a 17 consultorias e instituições financeiras, de queda de 1,3%. As projeções variaram de recuo de 0,9% a contração de 1,9%.

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira teve queda de 4,5%, o sexto recuo consecutivo nesse confronto e o pior desde 1996. O mercado esperava, em média, retração de 4,2%. Nos 12 meses terminados em setembro, o PIB cedeu 2,5%, a queda mais expressiva desde o início da série. Nos nove primeiros meses de 2015, houve retração de 3,2%, a mais significativa da série do IBGE.

Em valores correntes, o PIB somou R$ 1.481 trilhão no terceiro trimestre, sendo R$ 1.267 trilhão referente ao Valor Adicionado e R$ 214.2 bilhões relativos aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Oferta

No lado da oferta, a indústria teve retração de 1,3% no terceiro trimestre, na comparação com o período entre abril e junho, resultado acima da média apurada pelo Valor Data, de queda de 2,6%. O setor de serviços teve contração de 1% no período. Em média, esperava-se diminuição de 0,8%.

Já o PIB da agropecuária caiu 2,4%, contrariando resultado calculado pelo Valor Data, de aumento de 0,2%.

Demanda

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias diminuiu 1,5% entre julho e setembro, seguindo baixa de 2,4% no trimestre imediatamente anterior. Com isso, marcou o terceiro trimestre consecutivo de decréscimo. A estimativa média do Valor Data era de retração de 0,9%. No confronto com o terceiro trimestre de 2014, a queda de 4,5% foi a mais marcante desde 1996.

A demanda do governo subiu 0,3%, contra uma expectativa de estabilidade e depois de uma alta de 0,7% no segundo trimestre. Um ano antes, os gastos da administração pública declinaram, em 0,4%.

Já a formação bruta de capital fixo (FBCF, que representa o investimento em máquinas, equipamentos, em construção e pesquisa) caiu 4% ante o segundo trimestre, quando tinha declinado 6,6% (dado revisado). Foi o nono trimestre consecutivo de retração. A expectativa era de redução de 3,8%. No confronto com o período de julho a setembro de 2014, houve decréscimo de 15%, o mais significativo desde 1996.

No setor externo, as exportações diminuíram 1,8%, enquanto as importações cederam 6,9% no terceiro trimestre, perante os três meses antecedentes. A estimativa média apurada pelo Valor Data era de queda de 1,4% nas exportações e recuo de 6,4% nas importações.

Taxa de investimento e de poupança

A taxa de investimento correspondeu a 18,1% do PIB no terceiro trimestre deste ano, inferior àquela apurada em mesmo período do calendário anterior, de 20,2%. Quanto à taxa de poupança, equivaleu a 15% nos três meses terminados em setembro, ante 17,2% um ano antes.

Necessidade de financiamento

De julho a setembro, a necessidade de financiamento do país correspondeu a R$ 39.9 bilhões, contra R$ 60.2 bilhões no terceiro trimestre de 2014. Essa queda foi causada pela redução de R$ 25 bilhões no déficit externo de bens e serviços, que passou de R$ 33 bilhões entre julho e setembro de 2014 para R$ 8 bilhões em igual período deste ano.
Em compensação, a renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo cresceu R$ 6.2 bilhões, passando de R$ 28.7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para R$ 34.8 bilhões entre julho e setembro deste ano.

 

Fonte: Valor Econômico

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