Pesquisadores alertam para avanço de doença da soja no Centro-Oeste

Doença que causa podridão da raiz e da haste da soja era mais no Sul do Brasil, no entanto, nos últimos anos, tem sido observada na Região Central do País. Foto: Alexandre Dinnys Roese/Divulgação Embrapa

Também chamada de podridão radicular-de-fitóftora, causada por Phytophthora sojae, a podridão da raiz e da haste da soja é um problema comum no Sul do Brasil, com registro em grande parte das regiões edafoclimáticas onde a oleaginosa é cultivada.Observada pela primeira vez no Brasil no Estado do Rio Grande do Sul, em 1995, a ocorrência desta doença era incomum, até então, na Região Central do Brasil, com poucos relatos em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. No entanto, eles têm sido mais frequentes, nos últimos anos, nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo, e estão relacionados a solos compactados e/ou sujeitos ao acúmulo de água superficial.

Na região sul de Mato Grosso do Sul, por exemplo, a doença tem sido observada em todas as safras, desde 2012, em vários municípios. Sempre ocorre em manchas na lavoura (grupos de plantas com sintomas característicos, normalmente na mesma linha) e, mais frequentemente, nas bordas das lavouras, em solo argiloso e com sinais de compactação.

De acordo com a literatura, esta situação predispõe as plantas à doença, ao favorecer a presença de água livre no solo, permitindo assim que os zoósporos de P. sojae migrem para as raízes das plantas. Por isso, a prodridão radicular-de-fitóftora é mais frequente em safras com muita chuva, como observado na safra 2015/2016. Sua transmissão e disseminação não ocorrem por sementes, sendo o solo e os restos culturais de soja contaminados as principais fontes de inóculo.

SINTOMAS

O sintoma observado nas plantas é o escurecimento ascendente, a partir da base da haste, subindo homogeneamente na planta até as ramificações da haste principal, como ilustrado na Figura 1 (abaixo). O interior das hastes torna-se escuro (Figura 2) e as raízes apresentam apodrecimento.

Plantas infectadas tendem a morrer, observando-se grupos de plantas mortas na mesma linha de semeadura (Figura 3), o que provoca redução do estande da lavoura. A doença pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento das plantas; no entanto, é mais comum observá-la ainda no estágio vegetativo.

Leia o Comunicado Técnico completo, em PDF, divulgado gratuitamente pela Embrapa! Basta clicar aqui! O documento foi escrito pelos pesquisadores Alexandre Dinnys Roese e Augusto César Pereira Goulart, da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), e Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja (PR).

Fonte: Embrapa com edição d’A Lavoura

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