Pesquisa, tecnologia e políticas setoriais impulsionam crescimento da produtividade

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) foi um dos novos sistemas de produção que garantiram aumento de produtividade. Foto: Renata Silva/Divulgação Embrapa

 

Os ganhos de produtividade foram responsáveis por 80,6% do crescimento da produção agropecuária no Brasil em 41 anos. É o que indica um recente estudo da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).

De acordo com o levantamento, o produto agropecuário cresceu mais de quatro vezes entre 1975 e 2016 (de 100,0 para 437,6). O aumento da produtividade foi motivado, em grande parte, por fatores como políticas setoriais (crédito, preço, etc.) e investimentos em pesquisa e desenvolvimento – tanto do setor público quanto do privado.

“No âmbito da pesquisa, a criação de novos sistemas de produção, entre eles o plantio direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, também garantiram o aumento da produtividade”, disse José Garcia Gasques, coordenador geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, e um dos autores da pesquisa.

“A tecnologia foi uma das principais responsáveis pelo crescimento do produto agropecuário”, salientou Gasques. “Por meio de estudos, houve um incremento em matéria de eficiência de máquinas, equipamentos e sementes, com aumento da produtividade”.

INVESTIMENTOS

Gasques disse ainda que “a estabilidade econômica adquirida nos últimos anos permitiu um horizonte maior para investimentos e instituiu uma ordem em vários indicadores do setor”. De acordo com o estudo do Mapa e do Cepea, entre os indicadores de produtividade (mão de obra, terra e capital), o maior crescimento do uso desses fatores tem ocorrido no capital.

A pesquisa aponta que o salto da produção pode ser atribuído, em boa parte, à melhoria no uso de insumos, com efeitos diretos sobre a produtividade.

O consumo de fertilizantes passou de dois milhões de toneladas, em 1975 para 15 milhões de toneladas, em 2016. Também o aumento das vendas internas de máquinas agrícolas, junto ao fator qualidade, foram determinantes para a produtividade.

Gasques afirmou que o uso de defensivos agropecuários, de forma preventiva ou curativa teve grande peso, evitando a perda de produtos.

MODO SUSTENTÁVEL

A pesquisa também mostra que a expansão da área agrícola tem sido pouco importante. “O Brasil está crescendo dentro do modelo tecnológico e não do extensivo, que prevê a expansão de áreas”, disse o coordenador do Mapa. “Isso é importante porque estamos poupando terra e causando pouco impacto aos recursos naturais”.

Acesse aqui o estudo completo do Mapa/Cepea.

 

Por Equipe SNA/Rio, com informações do Mapa

 

 

 

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