O brasileiro está consumindo mais frutas e vegetais, principalmente as mulheres. Frutas são mais consumidas do que os vegetais, pela facilidade de transportar e comer. As frutas estão sendo mais consumidas em sucos e “snacks”, mas o que desestimula o consumidor é o preço elevado, a sazonalidade e a quantidade de calorias.
Já os vegetais são frequentemente consumidos como ingredientes complementares, como acompanhamento de carnes, limitando sua capacidade de se manter como o alimento principal de uma refeição. Além disso, 34,60% da população brasileira consome frutas e vegetais pelo menos cinco dias por semana.
Essas e outras conclusões foram apuradas na pesquisa organizada pela Produce Marketing Association (PMA), entidade internacional ligada ao setor de frutas, legumes e vegetais. A entidade conta com 2.900 empresas associadas, 46.000 compradores e fornecedores, distribuídos em 55 países, inclusive no Brasil, que conta com 77 associados, entre produtores, distribuidores, fornecedores de produtos e serviços e varejistas.
O estudo foi antecipado ao Broadcast Agro e será apresentado pela CEO da PMA, Cathy Burns, durante o PMA Fresh Connections. O evento, realizado em São Paulo no Centro de Convenções Rebouças, reúne produtores e profissionais da indústria de frutas, legumes e verduras (FLV), com palestras sobre o mercado e tendências, exposição para apresentação de lançamentos, produtos e serviços.
A pesquisa abordou, qualitativamente, 20 homens e mulheres entre 24 e 50 anos e sua rotina alimentar. O levantamento revelou, por exemplo, que o consumo é maior proporcionalmente à idade, indicando que se trata de demanda relacionada à preocupação com a saúde, conforme se envelhece. Além disso, quanto mais alto o nível educacional, maior o consumo de FLV.
Além disso, na percepção dos brasileiros, o consumo de suco de frutas ou verduras equipara-se ao consumo da fruta in natura, embora o suco seja consumido não como substituto da fruta, mas de refrigerantes. “Em geral, os consumidores concordam que o suco fresco é melhor do que o embalado”, mostra o estudo. “Quando dá tempo, a maioria faz seus próprios sucos frescos em casa”.
Quanto à falta de estímulo em consumir frutas predominam fatores como preço (principalmente das variedades importadas), calorias, cheiro, necessidade de preparo, sazonalidade, sabor e restos para jogar fora. Quanto aos legumes, as barreiras se relacionam a opiniões de que os alimentos estragam rapidamente, afetando o sabor, são caros e requerem preparo.
A PMA apurou ainda que os brasileiros não demonstraram clara compreensão dos benefícios que realmente uma fruta ou vegetal oferece para a saúde humana, embora tenham prazer no consumo principalmente de frutas, pelo sabor adocicado. Já em relação às verduras, elas são apreciadas pelo que trazem para os outros pratos.
A partir do resultado da pesquisa, a PMA recomenda que as empresas desenvolvam produtos inovadores como embalagens, coloquem mais informação para o consumidor nos pontos de venda e estimulem o prazer de comer bem e consumir alimentos naturais.
“Podem elaborar receitas que ofereçam benefícios específicos, como por exemplo sucos antioxidantes, e deixar à disposição embalagens com vegetais cortados e pré-cozidos”, mostra a PMA no estudo.
O grande desafio, continua a associação, está na coordenação de cada cadeia produtiva e de fundamentos estratégicos de marketing para estimular o consumo de FLV.
“No Brasil, um plano de negócios estratégico, desde o abacate até a vagem, deve ser estimulado em ações público-privadas”, recomenda a PMA, indicando que os cerca de 90.000 pontos de venda de supermercados no País devem ser transformados em “pontos de educação para alimentação e nutrição”.
Broadcast Agro