O crescimento e a robustez das agtechs brasileiras, as startups dedicadas ao agronegócio, foram confirmados por pesquisa conduzida pela Embrapa, HomoLudens, SP Ventures e Sebrae. De acordo com o levantamento feito pelas instituições, 43% desses negócios faturaram mais de R$ 1 milhão no último ano, sendo que, nesse universo, 11% tiveram faturamento acima de R$ 5 milhões. Parte das startups do agronegócio – uma em cada três -, já vende para outros países e 52% das agtechs conta com mais de 10 colaboradores sendo que, 10% delas empregam mais de 50 pessoas. Para entender o potencial empregador das agtechs, ainda segundo os dados apurados pela pesquisa, elas se destacam na comparação com pequenos negócios, já que 72% deles, empregam, em média, somente de 1 a 5 funcionários. Outro destaque é a diversidade de funcionários. Metade das agtechs tem 25% da sua equipe de colaboradores formada por negros, mulheres, pessoas com deficiência (PCD) e LGBTQIA+. Os dados para a Pesquisa-Diagnóstico das Startups do Agronegócio foram coletados pelo Sebrae entre outubro e novembro de 2022.
Seguindo essa corrente, a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) está abrindo novas empresas: uma para acolher e alavancar as startups, em especial as do agronegócio, e outra na área de Educação para capacitar mão de obra para o setor. A SNA Startups Hub (SNASH) vai oferecer diversos serviços para startups, desde espaços físicos e conexões com produtores, governo, empresários, companhias, etc. a programas de capacitação e marketing. Além do acolhimento das agtechs, a SNA estuda investir diretamente, futuramente, em algumas dessas empresas e, também, auxiliar no processo de capitalização. “Queremos ajudar essas empresas a se valorizar e também buscar investimentos junto a elas. Há uma infinidade de recursos nos mercados público e privado que podem ser realocados nessas startups”, explica o presidente da SNA, Antonio Alvarenga.
Foi criado, na área de Educação, o braço SNA Digital, que será gestor da Faculdade SNA e das atividades educacionais da instituição, e terá como foco o desenvolvimento de programas de ensino e de treinamento. “Já temos três cursos aprovados pelo MEC, e outros cursos de pós-graduação em desenvolvimento. A SNA detém 90% do capital dessa empresa”, completou o presidente, enfatizando que o conselheiro fiscal da SNA, Rui Otávio Andrade; a coordenadora dos cursos de graduação da SNA no campus da Penha, Christianne Perali, e o diretor técnico Antonio Freitas atuarão como gestores da SNA Digital. O primeiro curso da instituição a ser lançado será o de Comércio Exterior, em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).