Pequenos produtores de MS apostam no algodão colorido

Cerca de 30 famílias de agricultores estão cultivando o algodão colorido em sistema agroecológico em consórcio com outras culturas como fruteiras, gergelim e milho. Foto: Edna Santos/Divulgação Embrapa Algodão
Cerca de 30 famílias de agricultores estão cultivando o algodão colorido em sistema agroecológico, em consórcio com outras culturas como fruteiras, gergelim e milho, no Estado de Mato Grosso do Sul. Foto: Edna Santos/Divulgação Embrapa Algodão

Um dos quatro maiores produtores de algodão branco no país, o Estado de Mato Grosso do Sul também está investindo no cultivo do algodão colorido. Cerca de 30 famílias de agricultores estão cultivando o algodão colorido em sistema agroecológico em consórcio com outras culturas como fruteiras, gergelim e milho.

Neste ano, a previsão é que sejam cultivados aproximadamente 30 hectares, numa média de um hectare por família. O plantio está sendo realizado em janeiro e a colheita deve ocorrer em maio. Toda a produção já foi previamente comercializada com a empresa gaúcha Justa Trama a R$ 9,50 o quilo da pluma, mais que o dobro do quilo da pluma branca, cotado a R$ 4,60. As variedades cultivadas são a BRS Rubi e BRS Verde.

“Nós estamos estudando ampliar a produção porque recebemos demandas de outras empresas, mas por enquanto não temos como atender”, conta o produtor Vitor Carlos Neves, de Ponta Porã (MS), que planta o algodão colorido há seis anos.

Segundo ele, a meta é chegar a 120 produtores e, para tanto, está articulando um projeto junto ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com apoio da Associação Sul-Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampasul) e do Sebrae.
Além de Ponta Porã, outros seis municípios estão investindo na produção da fibra naturalmente colorida – Corumbá, Sidrolândia, Jaraguari, São Gabriel do Oeste, Terenos e Aral Moreira.
FRONTEIRA

Conforme Vitor Neves, o conhecimento adquirido na produção de algodão colorido já atravessou a fronteira. “Nós apoiamos a formação de um grupo de produtores do Paraguai, que também fornecem para a Justa Trama, e hoje já são 46 produtores paraguaios cultivando o algodão colorido”, afirma.

Para ele, além do valor diferenciado que recebem pela fibra, é motivo de orgulho saber que trabalham com um produto sustentável. “Nós fomos selecionados pela FAO como tecnologia social bem sucedida, o que nos incentiva a querer ampliar cada vez mais esse trabalho”, conta.
O cultivo do algodão colorido também vem sendo incentivado pelo governo do Estado, por meio da Agência de

Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e da Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf) que, no ano passado, promoveram em parceria com a Embrapa Algodão um curso de sobre cultivo orgânico da cultura para produtores e técnicos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).

“Nós apresentamos todas as etapas do sistema de produção do algodão colorido orgânico no intuito de que os profissionais de assistência técnica possam orientar os pequenos produtores que tiverem interesse no algodão colorido”, informa o analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, Felipe Macedo Guimarães.

 

Fonte: Embrapa Algodão 

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