Pequenos produtores de leite precisam de apoio para melhorar renda e condições sociais

Diretor da SNA Alberto Figueiredo: ‘A falta de investimentos gera resultados de baixa produtividade e também, por consequência, baixa renda, provocando a queda das condições de vida’

 

O desenvolvimento de ações conjugadas entre instituições públicas e privadas deve ser destinado à melhoria da renda e das condições sociais dos pequenos produtores de leite no país. É o que defende o diretor da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA) Alberto Figueiredo. “A maioria dos produtores convive com rendas familiares baixas, que se tornam insuficientes para a garantia de sobrevivência digna. Esse aspecto força os produtores, mesmo a contra gosto, a se deslocarem para os centros urbanos à procura, quase sempre desesperada, de novas alternativas”, observa.

Apesar de reconhecer a existência de bons projetos voltados para a oferta de recursos a custos reduzidos, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o diretor da SNA lembra que “a grande maioria destes produtores, por insegurança, não tem coragem de assumir compromissos financeiros, mesmo a baixos custos”. Para ele, este aspecto resulta em uma espécie de círculo vicioso. “A falta de investimentos gera resultados de baixa produtividade e também, por consequência, baixa renda, provocando a queda das condições de vida, o desânimo, a insegurança e o desencorajamento.”

Para reverter este quadro, o diretor da SNA afirma que é preciso incrementar a produtividade. “Isso irá provocar, com racionalidade, o aumento da renda e, certamente, a vontade de continuar progredindo.” Uma proposta elaborada por ele prevê a formatação de um programa de implantação de unidades demonstrativas de pastagens racionais nas pequenas propriedades, com a utilização de recursos públicos e privados, nacionais ou internacionais.

“As vantagens, além da imediata renovação de esperanças para famílias na zona rural, também avançarão pela perspectiva de diversificação de atividades e da adoção, de fato, de práticas de conservação ambiental, tão necessárias e urgentes”, destaca Figueiredo.

Para justificar a iniciativa, o diretor explica que “a melhoria da produtividade na área produtora de leite, passa, obrigatoriamente, pelo aumento da capacidade de produção de alimentos na propriedade, com destaque para a formação de pasto. E as técnicas de produção de pastos de boa qualidade para rebanhos bovinos leiteiros são conhecidas e relativamente simples de serem implementadas”.

Figueiredo lembra ainda que o descaso com as cooperativas constitui outro obstáculo para o desenvolvimento da pecuária leiteira. “A postura irresponsável de meros espectadores, adotada por instituições públicas e privadas, em relação às cooperativas, às quais esses pequenos produtores estão associados, contribui para o quadro de desamparo no setor”, critica.

O Brasil é o sexto produtor mundial de leite, com aproximadamente 30,48 bilhões de litros estimados em 2010. Nos últimos dez anos, a produção brasileira aumentou 54,7%, passando de 19,7 bilhões de litros em 2000 para 30,48 bilhões em 2010.

 

POR EQUIPE SNA/RJ

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