O Valor Bruto da Produção Pecuária (VPB) deve recuar 6% neste ano em relação a 2016, para R$ 168 milhões, o menor dos últimos cinco anos. Essa perspectiva foi divulgada, nesta semana, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base no atual cenário deste setor do agronegócio, no Brasil.
Vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, mesmo assim, aposta na recuperação do segmento, embora os números do Mapa reflitam a crise acentuada da pecuária no primeiro semestre de 2017.
Essa situação contribuiu para minar ainda mais a renda do pecuarista, que já vinha apresentando queda desde o ano passado.
“A pecuária perdeu R$ 17 bilhões em dois anos”, calcula Sirimarco, que também credita o resultado negativo ao fechamento de alguns mercados externos para a carne brasileira, devido à Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal, e à delação premiada dos donos da JBS, em maio.
Para os bovinos, um dos segmentos mais prejudicados pela crise, e cujos preços já vinham em declínio desde o primeiro semestre do ano passado, o Ministério da Agricultura estima o valor de produção em R$ 67 milhões, uma queda de 7% em comparação a 2016.
EXPORTAÇÕES EM ALTA
Segundo o vice-presidente da SNA, apesar do cenário, alguns números sinalizam uma leve recuperação do setor. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) mostram que o Brasil exportou US$ 512 milhões em carne bovina no mês passado, um aumento de 10% em relação ao mês de maio de 2017.
De acordo com Sirimarco, em junho, os embarques totalizaram 123.287 toneladas: “Esse número mostra que, até o momento, junho foi o mês de melhor desempenho do setor neste ano”.
RETOMADA
O vice-presidente da SNA acredita que esse é o início da retomada do setor: “Os resultados dos próximos meses devem continuar positivos, a partir da adoção das medidas corretivas definidas Mapa, com a reabertura do mercado americano para as exportações de carne bovina in natura do Brasil”.
Em sua opinião, o setor pecuário também continua focado em garantir e ampliar a presença brasileira em mercados estratégicos e abrir negociações com outras nações.
“A recuperação do setor também dependerá do aumento do consumo interno, que está ligado à recuperação da economia e à expansão do mercado externo.”
Por equipe SNA/RJ