Pecuária brasileira sequestra mais carbono do que emite

Um novo estudo divulgado pelo Grupo Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) assegura que a produção agropecuária é responsável por 39% das emissões de gases do efeito estufa, sendo a pecuária a atividade com maior incidência nessa emissão. Por outro lado, o estudo não contempla o sequestro de carbono que as atividades ligadas ao campo geram. Mas a Sociedade Rural Argentina em parceria com o Ministério de Relações Exteriores argentino fizeram uma pesquisa que abarque esse aspecto incluindo dados da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.

“O setor rural está gerando um crédito de carbono que não está contemplando nos inventários”, disse Ernesto Viglizzo, um dos responsáveis pelo estudo. Viglizzo é um técnico que trabalha para a Chancelaria argentina, o Ministério de Meio Ambiente e entidades rurais.

O estudo explica que ainda que a pecuária “seja um grande emissor de carbono, o sequestro gerado por pastagens, bosques, arbustos e pastiçais que integram a produção” são muito maiores na região. “A chave não está na área de biomassa, mas nas raízes,” disse Viglizzo.

Utilizando grandes bases de dados, os pesquisadores estimaram o sequestro anual de carbono na biomassa e as fugas respiratórias que ocorrem e também as fugas respiratórias que ocorrem nessa fração de biomassa, que é afetada por fatores como temperatura e intensidade do pastoreio.

“Como o balanço é amplamente positivo, esse crédito chegaria a 178 milhões de toneladas ao ano, o que cobriria 179% das emissões de gases do efeito estufa de outros setores da economia argentina. Se essa estimativa fosse aceita, a Argentina entraria na categoria de país de carbono neutro”, mostra o estudo.

“Temos uma grande oportunidade para analisar como contabilizamos ou sequestros e contrastar com as metodologias que se vem usando”, disse Marcia Levaggi, diretora general de Assuntos Ambientais do Ministério de Relações Exteriores da Argentina.

 

Fonte: Agrolink

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