Paulo Cruvinel: aumento populacional é acompanhado por mudança de perfil da sociedade

 

“É necessário ter inteligência, planejamento, governança, políticas públicas, acessibilidade e entrega de produtos alimentícios para que o agronegócio se organize e continue crescendo no país”, disse Paulo Cruvinel (Embrapa)
“É necessário ter inteligência, planejamento, governança, políticas públicas, acessibilidade e entrega de produtos alimentícios para que o agronegócio se organize e continue crescendo no país”, disse Paulo Cruvinel (Embrapa). Foto: Debora 70

 

O painel “Distribuição de produtos do agronegócio – Comércio Internacional”, que uniu especialistas durante o 14º Congresso de Agribusiness da SNA, no dia 8 de novembro, contou com a participação de Paulo Cruvinel, chefe da Assessoria de Gestão Estratégica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “É necessário ter inteligência, planejamento, governança, políticas públicas, acessibilidade e entrega de produtos alimentícios para que o agronegócio se organize e continue crescendo no país”, enumerou ele.

Para Cruvinel, o aumento populacional no mundo todo veio acompanhado de uma mudança de perfil da sociedade, cada vez mais exigente, e o agro precisa acompanhá-la. “É crescente o interesse por produtos diferenciados, minimamente processados e semiprontos”, citou. Em um futuro bem próximo, continua ele, a maior parte do crescimento populacional é esperada nas regiões da África Sub-Saariana e na Ásia. “São áreas de baixa renda, com níveis relativamente baixos de produtividade agrícola. Por isso, são localidades que vão demandar um maior número de alimentos vindo de outros países”, ressaltou.

Como desafios para o processo de entrega de produtos do agronegócio, Cruvinel enumerou pontos que considera fundamentai, como a competitividade, sustentabilidade, capacidade, segurança alimentar, nutrição, saúde, uso sustentável dos biomas e avanços da fronteira do conhecimento.

Ele ainda destacou a importância do trabalho agrícola executado em pequenas propriedades, que hoje atuam em uma área de 106,8 milhões de hectares, contam com 12 milhões de produtores (1/3 são mulheres), ocupam 24% da área agrícola e equivalem a 84% dos proprietários de terra no Brasil. Basicamente, de acordo com dados que apresentou, os pequenos agricultores cultivam mandioca (87%), feijão (70%), suínos (59%), leite (58%), aves (50%), milho (46%), arroz (34%) e carne (30%).

Cruvinel informou também a contribuição das médias e grandes propriedades de 1992 até 2012: a área plantada subiu de 35,6 milhões de hectares para 49,8 mi/ha; a venda de defensivos agrícolas foi de US$ 0,9 bilhão para US$ 9,7 bi; a entrega de fertilizantes cresceu de 9,3 milhões de toneladas para 29,5 mi/ton; e a produção aumentou de 68,6 milhões para 166,1 milhões de toneladas, com previsão de fechar em 188,3 milhões ao final de 2013.

Por fim, o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica da Embrapa fez um comparativo importante: “Em 20 anos, enquanto a área plantada aumentou 38%, a produção agrícola teve um incremento de 250%, graças ao emprego da tecnologia”.

 

Por equipe da SNA/RJ

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