Lançada há seis meses, a plataforma de agricultura digital Climate FieldView, da Climate Corporation, subsidiária da Monsanto, fez parcerias com diversas startups, inclusive brasileiras, e funciona como uma base de dados onde o agricultor acessa e contrata o serviço para gerenciar a produção e melhorar a gestão de sua propriedade. “Se fizermos uma analogia com uma tecnologia que todo mundo usa, seria o smartphone com seus aplicativos”, compara o CEO da Monsanto para a América do Sul, Rodrigo Santos Peixoto.
Segundo divulgou o CEO da empresa, em evento realizado na última semana em São Paulo, capital, a plataforma já atinge 550 mil hectares oferecendo serviços de agricultura digital de diversos fornecedores. “As ferramentas digitais vão potencializar todas as revoluções que já aconteceram na agricultura nas últimas décadas, e o crescimento da produção de alimentos, fibras e energia terá que contar com essas tecnologias para se viabilizar”, diz Peixoto. Ele informa que a plataforma auxilia na otimização de práticas agrícolas, melhoramento genético, biotecnologia e defensivos biológicos, entre outras.
O funcionamento da plataforma se dá através de sensores instalados em tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas, que coletam, offline, informações relevantes sobre o andamento do plantio, como a área já semeada ou pulverizada, as áreas com pragas, rendimento das máquinas, entre outros. “Esses dados formam, em tempo real, relatórios de gestão que podem ser acessados num aplicativo criado pela Monsanto e que funciona em iPads e em telefones celulares”, explica.
“Esse projeto faz parte dos investimentos de 1,6 bilhão de dólares que estamos fazendo em inovação em todo o mundo”, informa Peixoto. Ele acrescenta que uma boa parte desses recursos estão sendo feitos no Brasil. “Analisando o interesse por parte dos produtores brasileiros, as novas tecnologias na agricultura vão ter uma adoção mais rápida do que o esperado”, avalia o CEO da Monsanto.
PARCEIROS
Durante o evento, o gerente de produtos da Climate para a América do Sul, Pedro Rocha, apresentou as startups que já fazem parte dessa parceria com a subsidiária da Monsanto. Os parceiros no projeto são a Checkplant, uma plataforma de gestão do Rio Grande do Sul, com o produto Farmbox, a AEGRO, com um software de gestão operacional e financeira, também gaúcha; o IBRA Laboratórios, que faz análise de solo e recomendações agronômicas individualizadas, além das norte-americanas Veris Technologies, que faz a leitura do solo em tempo real, o Agribotix, responsável pelo processamento de imagens de drones, e o Terravion, que capta as imagens via drones.
Sobre a conectividade para utilização online da plataforma, o gerente explica que, mesmo com a agilidade e a inovação, essas empresas não conseguem acesso a todos os produtores por falta de cobertura de internet. “É aí que entra a Monsanto e o Climate, oferecendo, através de sua rede de RTVs e distribuidores, diversas tecnologias desenvolvidas por essas pequenas empresas, reunidas em uma mesma plataforma”, explica.
Já em relação às limitações de conexão à internet nas áreas rurais do País, o CEO da Monsanto informa que o produtor poderá reunir os dados no campo em seu tablete, mesmo estando offline e, posteriormente, quando tiver acesso à rede, sincroniza-los.
PRIVACIDADE
Sobre o controle e a privacidade dos dados dos agricultores, Peixoto garante que o produtor tem total autonomia sobre com que vai ou não compartilhar as suas informações. “Além disso, caso o agricultor não queira mais deixar seus dados disponíveis na plataforma, ele poderá bloquear o acesso a eles quando quiser”, diz.
Por Equipe SNA/SP