A intenção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir o uso do defensivo agrícola paraquat tem dado muito o que falar. A classe produtora rural e as entidades representativas do setor se mobilizaram em todo o Brasil, numa “força-tarefa” na defesa do herbicida. Audiências com as autoridades envolvidas com o tema foram realizadas a pedido da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A defesa do paraquat já chegou, inclusive, às mãos do presidente da República, Michel Temer.
Expediente assinado pelo presidente da FPA, Marcos Montes, endereçado ao presidente Temer, manifesta preocupação diante da atitude da Anvisa em reavaliar o uso do paraquat. “A agropecuária brasileira, atualmente baluarte da precária situação econômica do nosso País, sofrerá um retrocesso de grande monta com a retirada do herbicida do mercado. O meio ambiente sofrerá consequências com a redução da prática conservacionista da conservação do solo por meio do plantio direto, carreando uma elevação substancial nos custos de produção”.
Segundo Marcos Montes, “Atualmente o Ministério da Agricultura se mostra contrário à proibição da utilização do paraquat, considerando a possibilidade da promoção de medidas mitigatórias para os riscos apontados no processo de reavaliação do produto. Assim, a FPA, roga a Vossa Excelência, o apreço que sempre demonstrou com os anseios do setor produtivo rural nacional, em proporcionar um maior debate entre os atores envolvidos com a questão”.
Estudo elaborado pela área técnica da FPA e de entidades do setor mostra que a substituição do paraquat causaria um aumento média anual de custo para os produtores de mais de R$ 400 milhões, o que representaria um gasto de 129% maior do que o valor utilizado com o paraquat no manejo das lavouras. O defensivo apresenta controle rápido e efetivo de ervas daninhas nas culturas de arroz, feijão, milho, café, cana, trigo, soja e outras. É utilizado em cerca de 90 países, como EUA, Canadá, Austrália, Argentina, etc.
Fonte: Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)