Paraná: verão deve beneficiar a agricultura

O verão começou oficialmente nesta terça-feira (22.12) e, segundo a previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), tende a ser quente e chuvoso. Essa situação deve favorecer a agricultura, na avaliação do pesquisador em agrometeorologia Paulo Caramori. “As perspectivas são de excelentes safras em todo o Paraná”, disse.

Para Caramori, as chuvas frequentes podem causar algumas dificuldades no período de colheita, principalmente nas operações mecanizadas, como a aplicação de defensivos agrícolas. “Os agricultores devem estar atentos às previsões e fazer bom aproveitamento dos períodos de estiagem para executar as operações em suas propriedades”, recomenda.

“Os cuidados com a manutenção dos terraços devem ser redobrados devido às chuvas intensas e volumosas previstas para este verão”, alerta Caramori. Segundo ele, a umidade e as altas temperaturas favorecem a proliferação de pragas, doenças e ervas invasoras. Já para as lavouras perenes e pastagens, a situação é excepcional: “As condições de vegetação são próximas do potencial das espécies, desde que seja feita a condução agronômica adequada”, disse.

Na análise de Caramori, apesar das chuvas frequentes, a safra de verão vem se desenvolvendo bem. Em alguns períodos, principalmente em novembro, o elevado número de dias consecutivos com chuvas reduziu a quantidade de insolação, com alguns casos de estiolamento das plantas devido à baixa luminosidade. Em dezembro, as chuvas vêm sendo intercaladas com períodos de sol, o que contribui para regularizar o desenvolvimento das lavouras.

Temporais

“A tendência do comportamento da atmosfera indica que neste verão as temperaturas serão bastante elevadas e as chuvas ficarão acima da média, devendo ocorrer temporais com frequência em todas as regiões paranaenses”, disse o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar.

Segundo ele, essa instabilidade no ambiente atmosférico que combina temperaturas altas e chuvas favorece a formação e o desenvolvimento de eventos severos, como tempestades e temporais. “Caso as chuvas venham a coincidir com o período de maior aquecimento, é natural que as médias das temperaturas máximas locais diminuam”, disse Duquia.

El Niño

O verão quente, chuvoso e marcado por temporais se deve à influência de El Niño, que vem forte desde a primavera e deve permanecer ativo até o outono.

O fenômeno climático El Niño caracteriza-se pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Oriental e Central. É configurado quando a elevação da temperatura ultrapassa a média climatológica em 0,5 graus e permanece acima desse patamar nos meses seguintes. As águas aquecidas se estendem nas proximidades da linha do Equador. Tufões e furacões só podem formar-se quando a temperatura da superfície do mar exceder 27,8 graus.

Em sua versão clássica, o El Niño dura aproximadamente 12 meses. O aumento no calor sensível e nos fluxos de vapor d’água da superfície oceânica para a atmosfera sobre as águas quentes provoca mudanças, em escalas regional e global, com impactos nas condições meteorológicas e climáticas em várias partes do mundo. No Brasil, o El Niño provoca alterações nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.

 

Fonte: Agrolink

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