Paraná vai aumentar plantio de milho e feijão neste início de 2017

Já foi iniciada a colheita do feijão da primeira safra (2016/17) no Paraná, devendo se intensificar nos meses de janeiro e fevereiro. Este ano, a área plantada com feijão da primeira safra foi 7% maior, passando de 184.980 hectares no ano passado para 197.106 hectares neste ano.

Cerca de 14% da área já foi colhida e 79% das lavouras estão em boas condições. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, no início do plantio houve uma perda em torno de 5% por causa das condições climáticas ruins, entre agosto a outubro, com temperaturas abaixo da média.

Passado esse período, e com o retorno do clima com temperaturas mais amenas, a produção se recuperou. O volume colhido deve aumentar 18%, passando de 293.821 toneladas na safra passada para 348.057 toneladas na safra atual. Desse total, 57% da produção corresponde a lavouras com feijão preto e 43%, com feijão de cor.

Segundo Salvador, “agora está entrando feijão novo no mercado, de boa qualidade, e quem plantou o feijão preto terá uma rentabilidade maior, ao contrário do que ocorreu ao longo deste ano, quando os preços do feijão de cor explodiram no mercado”. O feijão preto está sendo vendido, em média, a R$ 193 a saca, e o de cor a R$ 153. Em agosto deste ano, ao contrário da situação atual, o feijão de cor foi vendido a R$ 376 a saca, e o feijão preto foi vendido a R$ 210 a saca.

Os preços elevados do feijão estão levando o produtor a investir na cultura também na segunda safra, que este ano terá aumento de 11% na área (de 203.937 hectares no mesmo período do ano passado para 226.378 hectares este ano). A expectativa de produção aumenta 40%, de 297.248 toneladas neste ano para 417.511 toneladas, que poderão ser colhidas no primeiro semestre do ano que vem.

Vazio

No Paraná, além dos preços vantajosos para o feijão o ano inteiro, a cultura ganhou área também em decorrência do vazio sanitário que em 2017 proíbe, pela primeira vez, o plantio de soja da segunda safra a partir de janeiro. Boa parte da área antes ocupada pela cultura, especialmente na região sudoeste do estado, deverá migrar para o feijão.

Salvador ressalta que se as condições climáticas, se mantiverem favoráveis, as três safras de feijão cultivadas no estado deverão render um volume total de 766 mil toneladas, 29% acima do volume produzido nas três safras anteriores, que totalizaram 593 mil toneladas. “Como a safra nacional também está com expectativa maior de produção, significa que não haverá explosão nos preços do feijão para 2017”, prevê o agrônomo.

Fumo e cana-de-açúcar

A produção de fumo no estado aponta para um aumento de 7% na área plantada com folhas de tabaco, que cresce de 73.700 hectares ocupados no ano passado para 79.000 hectares, que devem ser plantados este ano. Como as lavouras também estão em bom estado de desenvolvimento, a previsão de produção é 25% maior – de 148 mil toneladas produzidas na safra passada para 153.674 toneladas em 2017. Segundo o economista do Deral, Methódio Groxko, o preço do fumo continua atraente para o produtor, em torno de R$ 10 o quilo da folha de tabaco.

Outra cultura que promete recuperação para 2017 é a cana-de-açúcar, cuja produção deve ser 7% maior no ano que vem, passando de 47.6 milhões de toneladas para 51 milhões de toneladas. A safra anterior sofreu com um período de seca que influenciou em sua produtividade.

Mandioca

Ao contrário das demais culturas, a mandioca deverá registrar  redução de 24% na produção, provocada principalmente pela dificuldade de mão-de-obra no campo. Segundo Methódio Groxko, a produção de mandioca ainda é manual e depende de trabalhadores para o arranquio das raízes – procedimento cuja mecanização ainda está sendo estudada. “Nem os bons preços da mandioca no mercado estão conseguindo alavancar o aumento do plantio”, disse o economista.

Para Groxko, a situação é preocupante porque o Paraná é o segundo maior produtor de raiz e o principal produtor de fécula do país, com uma participação de 70% a 75% na produção nacional de fécula de mandioca.

A área plantada caiu 21%, de 131.760 hectares na safra anterior para 104.736 hectares na atual safra (2016/17). Com isso, a expectativa de produção cai de 3.6 milhões de toneladas colhidas no início deste ano para 2.76 milhões de toneladas que serão colhidas no início do próximo ano.

Trigo

Encerrando a safra 2015/16, o Deral confirma a produção de trigo com uma colheita de 3.43 milhões de toneladas, que obteve a maior produtividade de todos os tempos: 3,143 quilos por hectare.

Para o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, foi uma boa produção, que passou por recuperação de lavouras e que agora enfrenta dificuldades no escoamento, o que está prejudicando o produtor. Com isso, o ritmo de vendas é menor com cerca de 54% da produção vendida, que corresponde a 10% abaixo da comercialização no mesmo período do ano passado. Esse cenário está se refletindo nos preços, em torno de R$ 34 a saca, abaixo do ano passado quando o trigo foi vendido a R$ 38 a saca.

 

Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp