Paraná deverá produzir 40.6 milhões de toneladas de grãos

O Paraná deverá produzir 40.6 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 10.4 milhões de hectares, na safra 2020/2021. As informações são do relatório mensal divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

A reavaliação nos números deste mês, que mostram um desempenho total menor do que o registrado no início do ciclo, quando se estimava um volume de 42 milhões de toneladas, se deve especialmente à revisão nos números relativos à cultura do milho.

A estimativa de produção para a segunda safra do grão indica um volume de 12.2 milhões de toneladas, 2.3 milhões de toneladas abaixo do estimado no início da safra 2020/2021. Fatores como a estiagem e o atraso no plantio ajudam a explicar a redução.

O chefe do Deral, Salatiel Turra, afirmou que outras culturas também foram afetadas pela estiagem prolongada que o Paraná enfrenta desde o ano passado.

Queda

A estimativa inicial para a produção de soja, por exemplo, que era de 20.6 milhões de toneladas, registrou uma queda de aproximadamente 800.000 toneladas. Assim, o estado deve produzir 19.8 milhões de toneladas. “Por outro lado, neste caso os preços praticados compensam a redução”, disse Turra.

A estiagem, aliada ao frio dos últimos dias, também refletiu negativamente nos índices de produção do feijão da segunda safra. Se o relatório do mês passado estimava a produção de 491.000 toneladas, agora se espera um volume de 394.000 toneladas, com redução de aproximadamente 25%.

Milho segunda safra

No início do ciclo, o Deral estimava uma produção de 14.5 milhões de toneladas na segunda safra de milho. No entanto, a safra foi afetada por fatores como o atraso no plantio e na colheita da soja, ocasionando, com isso, atraso no plantio do milho, além da seca, causada pelo prolongamento do fenômeno La Niña.

Agora, a expectativa é de que sejam colhidas 12.2 milhões de toneladas, uma redução de 16% em comparação ao que foi estimado. O volume previsto é 3% maior do que o da safra 2019/20, quando foram colhidas 11.9 milhões de toneladas. A área está prevista em 2.5 milhões de hectares, 8% superior à do ano passado.

A preocupação neste momento é suprir o consumo interno, já que o Paraná demanda alta quantidade de milho para a cadeia de proteína animal. A redução da disponibilidade interna abre espaço para importação do produto. Essa relação reflete nos preços.

Indicadores

Nesta semana, a saca de 60 kg foi comercializada por R$ 95,68. Em abril do ano passado, o preço estava próximo de R$ 40,00, um aumento de 139%.

“Os números ainda são preliminares, já que algumas regiões, como Londrina, ainda não concluíram o plantio. Segundo as condições do clima nas próximas semanas, os técnicos poderão ter uma avaliação mais completa”, disse o economista do Deral, Marcelo Garrido.

Segundo ele, das lavouras que estão a campo, 40% têm condições consideradas boas, 42% médias e 18% ruins. Entre as regiões com redução na produção, estão o noroeste (-25%), oeste (-23%), centro-oeste (-17%) e sudoeste (-17%). Já no norte do estado, onde os produtores plantam mais tarde, estima-se uma redução de 6%.

Feijão segunda safra

Os dados do Deral mostram uma possível redução de 25% na estimativa de produção do feijão em comparação ao relatório de março, totalizando 97.000 toneladas a menos, com redução de seis sacas por hectare no rendimento. No mês passado, se estimava um volume de 491.000 toneladas para a segunda safra. Já a estimativa atual aponta para 394.000 toneladas. Além da estiagem, o frio também impactou as estimativas.

O plantio já está concluído e, até o momento, o Paraná tem 7.000 hectares colhidos, o que representa 3% da área estimada em 252.100 hectares. Com esse percentual pequeno, as reavaliações devido aos fatores climáticos ainda não são definitivas. Entre os núcleos regionais que já iniciam a colheita estão Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Guarapuava, Jacarezinho e Ponta Grossa.

Condições das lavouras

Das lavouras a campo, 48% estão boas condições. Além disso, 4% estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 31% em fase de floração, 51% em fase de frutificação e 14% em fase de maturação. “Estamos em um momento em que o déficit hídrico e o frio dos últimos dias podem prejudicar o desenvolvimento das lavouras”, afirmou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador.

Comercialização

Os preços pagos ao produtor no primeiro quadrimestre de 2021, de maneira geral, cobrem os investimentos. Nesta semana, a saca de 60 kg do feijão-cores foi comercializada, em média, a R$ 258,75, e a do feijão-preto a R$ 249,00.

“A segunda safra paranaense representa 30% do volume brasileiro e o mercado nacional voltou os olhos para o estado, já que depende da sua produção. Se tivermos uma safra menor, os preços podem disparar no próximo mês”, disse Salvador.

Soja

As estimativas para soja também tiveram uma revisão. No início da safra, a expectativa era de que o Paraná produzisse 20.6 milhões de toneladas. Mas o estado teve atraso no plantio e precisou enfrentar um clima mais seco, que resultou na redução de 4% na estimativa, quase 800.000 toneladas a menos. Agora, o volume está estimado em 19.8 milhões de toneladas.

Na análise regional, tiveram uma redução mais expressiva nas estimativas de produção o oeste (-10%, em média), noroeste (-8%) e o sul (-4%). Exceto por núcleos regionais como Londrina e União da Vitória, que ainda têm algumas áreas para colher, de maneira geral a colheita está praticamente encerrada.

“Embora não seja a produção que se esperava no começo do ciclo, a redução no volume será compensada pelos preços”, disse o economista do Deral, Marcelo Garrido.

Na comparação com abril do ano passado, houve um aumento de 86% nos preços pagos ao produtor. Na média do mês de abril, os produtores receberam R$ 159,58 pela saca de 60 kg de soja. Já a média do mesmo período do ano passado era de R$ 85,86.

Até agora, 66% da área está comercializada, contra aproximadamente 74% no mesmo período de 2020. A comercialização mais lenta também é resultado do atraso na colheita.

Soja segunda safra

A produção para a segunda safra de soja está estimada em 102.700 toneladas, e 10% da área de 38.700 hectares estão colhidos. Segundo o Deral, esses números estão dentro da média para a safra, que é pequena, destinada principalmente para sementes.

Trigo

A produção de trigo deve chegar a 3.8 milhões de toneladas, volume próximo ao da primeira estimativa da safra de inverno, no relatório do mês passado, e 22% superior à safra 2019/20, em uma área de 1.16 milhão de hectares, 3% maior.

Houve uma pequena revisão de área no sudoeste e no centro-oeste paranaense. “Antes, essas áreas apresentavam perdas, mas agora estão estáveis. Isso representa uma aposta do produtor na cultura”, afirmou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

Neste momento, o Paraná tem cerca de 5% da área plantada e 8% das lavouras têm condições consideradas medianas, principalmente nas áreas plantadas antes do previsto.

Parte dos produtores, em regiões como o Norte Pioneiro, está realizando o plantio no solo seco, o que pode ser um risco, caso não ocorram chuvas nas próximas semanas. Mas, se o clima colaborar, a produtividade deve ser normalizada.

O aumento da área, de 1.12 milhão de hectares no ano passado para 1.16 milhão de hectares atualmente, é impulsionado pelos preços. Em média, neste mês, a saca de 60 kg foi comercializada por R$ 87,27, enquanto que em abril do ano passado, o preço era R$ 57,29, um aumento de quase 53%.

Arroz

A produção nacional de arroz deve ficar em torno de 11 milhões de toneladas nesta safra, sendo que o Rio Grande do Sul responde por 70% do total. Já o Paraná deve colher 151.000 toneladas no ciclo 2020/2021. Do total, 146.000 toneladas são de arroz irrigado, e 5.100 toneladas de arroz de sequeiro. A área estimada é de aproximadamente 21.000 hectares.

No ano passado, devido à pandemia do novo Coronavírus, o consumo do produto aumentou, com consequente aumento nos preços, disse o economista do Deral, Methodio Groxko. “Na média mensal, os produtores paranaenses receberam, R$ 121,34 pela saca de 60 kg de arroz irrigado, contra R$ 72,77 no mesmo período do ano passado, um aumento de 67%. A tendência é que os preços se mantenham estáveis”.

Mandioca

Já a produção esperada de mandioca para a safra 2020/2021 é de 3.3 milhões de toneladas, 4% a menos do que na safra 2019/2020, em uma área também 4% menor, de 142.600 hectares. O Paraná tem o maior e mais completo parque industrial do setor.

Embora o clima seco não tenha impactado o desenvolvimento da safra, dificultou a colheita nos últimos dias. “Isso encarece os custos de produção devido à quebra da raiz, e está trazendo problemas no abastecimento das indústrias de fécula e farinha”, disse Groxko.

A tonelada é comercializada por R$ 420,08 na média do mês de abril, contra R$ 360,12 no mesmo período do ano passado, com aumento de 17%.

 

Fonte: Agência de Notícias do Paraná

Equipe SNA

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