Paraná deverá colher 6.1 milhões de toneladas de milho, 58% menos do que a estimativa inicial

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, reduziu para 6.1 milhões de toneladas a sua estimativa da segunda safra de milho do estado, 58% abaixo da estimativa inicial, de 14.6 milhões de toneladas.

“Em termos de volume, é a maior perda da história do Paraná”, indicou em nota o analista da cultura no Deral, Edmar Gervásio. “As 8.5 milhões de toneladas que deixarão de ser colhidas nesta temporada equivalem a três primeiras safras de milho no estado, que normalmente produz em torno de três milhões de toneladas no verão.”

A perda financeira estimada, considerando os preços médios de 2021, é de aproximadamente R$ 11.3 bilhões, segundo o Deral. Com menor produção, o preço ao produtor está superando R$ 90,00/saca neste mês, o que aumenta os custos para empresas de frangos e suínos.

Gervásio disse que as geadas da semana passada ainda não foram contabilizadas, o que pode reduzir ainda mais as estimativas.

“Para o milho, a tempestade foi perfeita, com estiagem, geada e a praga do enfezamento em uma única safra e em intensidade grande”, indicou o analista no comunicado, se referindo ao clima seco em boa parte da safra, geadas de forte intensidade no fim de junho e, em menor grau, na segunda metade de julho.

Preços atraentes

“Apesar desse cenário pessimista, temos preços bastante interessantes para os produtores, um aumento em torno de 124% quando comparado com o mesmo período do ano passado”, afirmou o chefe do Deral, Salatiel Turra.

O departamento prevê, “potencialmente”, aumento de preços no segundo semestre, dependendo também do câmbio, da produção norte-americana e da demanda chinesa.

Trigo

Com relação ao trigo, a estimativa do Deral é de aumento de 5% da área plantada em comparação com a da safra passada, para 1.19 milhão de hectares.

Segundo o agrônomo Carlos Hugo Godinho, as geadas influenciaram a qualidade das lavouras. Antes, 5% estavam em condições médias e 95% boas. Agora, 2% estão como ruins, 8% médias e 90% boas.

“É um percentual bom, mas não leva em conta a geada da última quinta-feira (29/7). Portanto, o próximo levantamento pode apontar perda maior”, indicou Godinho.

Segundo ele, 27% das lavouras entraram agora na fase suscetível a geadas, enquanto 73% ainda vão entrar. “Qualquer geada tardia pode ter alguma influência negativa também na produção”, ponderou.

Perdas

Em boletim mensal, o Deral informou também que as geadas de meados de julho já resultam em 6.000 hectares totalmente perdidos e outros 22.000 hectares classificados como ruins. Apesar disso, o departamento manteve a sua estimativa de produção de 3.9 milhões de toneladas, em razão da “dificuldade de traduzir em números este rebaixamento de condições”.

Segundo o Deral, apesar da maior parte das lavouras ter apresentado boas condições até a última segunda-feira (90%), a geada da última quinta-feira deve gerar uma reavaliação “significativa”, em virtude de atualmente 27% das lavouras estarem com espigas aparentes, “altamente suscetíveis a danos”.

“O relatório da semana que vem deve trazer os primeiros números de condições após a onda de frio, que ao longo do mês serão calibrados e, no fim de agosto, traduzidos em uma quebra de produção. Com a abrangência das geadas (a quebra) será inevitável”, indicou o Deral.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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