No mês de dezembro, o café foi o produto que mais teve recursos tomados tanto na quantidade de contratos quanto em recursos por parte dos produtores no Plano Safra 2016/17, em seus mais diversos programas e linhas de crédito, em Minas Gerais – maior estado produtor do grão no Brasil. No período, foram destinados R$ 583.02 milhões com pouco mais de 8.000 contratos, contra R$ 487.89 milhões em 2015. Esse recurso foi adquirido pelo cafeicultor, principalmente, para custeio dos tratos culturais da safra deste ano que será colhida nos próximos meses.
“Esse destaque do café reflete o momento em que os produtores precisam fazer os tratos culturais para a safra, comprar insumos”, disse a coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Aline Veloso.
Em todo o ano de 2016, no Estado de Minas Gerais, foram formalizados 49.149 contratos para o café, totalizando R$ 3.18 bilhões. Já em 2015, foram 107.516 contratos e US$ 6.55 bilhões. “A queda no volume de recursos acessado e de contratos está ligada ao cenário econômico incerto no Brasil. O produtor está cauteloso em fazer qualquer investimento e o clima também está bastante instável. Ainda assim, 13% de todo o recurso do Plano Safra foi aplicado em Minas Gerais”, disse Aline.
O Funcafé é o programa que destina maior quantidade de recursos para o produtor de café, em 2016 foram quase R$ 3 bilhões para estocagem, custeio, investimento, comercialização e outros destinos permitidos. Além dele, o Governo disponibiliza diversos outros programas e linhas de crédito para a o cafeicultor.
» Confira a lista completa de programas e linhas de crédito, com número de contratos e recursos
Apesar dos problemas técnicos com o sistema dos bancos nos últimos dias, Aline disse que as concessões dos créditos do Plano Safra para o produtor seguem bem. “Não tivemos nenhuma informação de problemas com acesso ao crédito para custeio. O ritmo de adesões está normal”.
Pré-Custeio da safra agrícola 2017/2018
O governo brasileiro anunciou recentemente a liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra agrícola 2017/2018, o valor é 20% maior que o destinado no ano anterior à aquisição antecipada de insumos, segundo informações do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Em uma semana, o Banco do Brasil, que é o maior fornecedor de crédito do Plano Safra, recebeu mais de 500 propostas, com potencial de R$ 300 milhões em negócios. A instituição já liberou R$ 17 milhões aos produtores rurais para a aquisição antecipada de insumos – o pré-custeio. A linha foi lançada em 19 de janeiro aos produtores para contratações até 30 de junho.
“Esses recursos são muito importantes porque o produtor o acessa e consegue planejar sua safra”, disse Aline.
Problema pontual com o Pronaf em MG
Na segunda semana do mês, cafeicultores de Minas Gerais que tentaram acessar o Pronaf Custeio (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), linha de crédito destinada para despesas da produção agrícola e pecuária no País, tiveram dificuldades e saíram das agências do Banco do Brasil no estado sem o recurso subsidiado pelo governo. O problema causou temor entre produtores que dependem do crédito. Porém, foi resolvido pelo BB em poucos dias.
“No fim do ano passado, as portarias do Proagro foram editadas e publicadas e era preciso que as instituições financeiras adequassem seus sistemas para que as mudanças às portarias fossem aplicadas aos novos financiamentos. O BB comunicou às agencias da alteração do sistema, mas teve problemas, reviu e já está regularizado o sistema. Essa é a informação que temos da superintendência do BB em Minas Gerais”, disse Aline.
O ProAgro é um programa do Governo Federal vinculado ao Pronaf, em que o cliente/ produtor paga um percentual do valor do financiamento para aderir e que possibilita a ele, em caso de dificuldades, um desconto na parcela do financiamento, no momento em que for fazer o pagamento.
Fonte: Notícias Agrícolas