ONU/PMA: 8.3 milhões de pessoas estão famintas na África e metade do Zimbábue passa fome

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas (ONU) solicitou recentemente mais recursos para combater a fome na África Austral, onde uma parcela significativa da população enfrenta grave insegurança alimentar devido aos efeitos das mudanças climáticas e das condições econômicas adversas.

Um recorde de 45 milhões de pessoas de uma população de 345 milhões na sub-região, principalmente mulheres e crianças, estão gravemente inseguros em termos de alimentos após secas repetidas, inundações generalizadas e desordem econômica, informou em comunicado a diretora regional do PMA para a África Austral, Lola Castro.

“Na medida em que a crise se aprofunda, o mundo precisa avançar agora para salvar vidas e permitir que as comunidades se adaptem às mudanças climáticas”.

O PMA planeja fornecer assistência para cerca de 8.3 milhões de pessoas que enfrentam a crise em oito dos países mais atingidos (Zimbábue, Zâmbia, Moçambique, Madagascar, Namíbia, Lesoto, Eswatini e Malawi).

Até a presente data, o PMA conseguiu apenas US$ 205 milhões dos US$ 489 milhões necessários para esta assistência e foi forçado a recorrer a empréstimos para garantir que os alimentos cheguem aos necessitados.

O Zimbábue, que está no auge de sua pior crise de fome em uma década, tem cerca de 7.7 milhões de pessoas, metade da população, com graves problemas alimentares.

“Se não recebermos os recursos necessários, não teremos escolha a não ser ajudar em menor grau as pessoas mais necessitadas. Nem seremos capazes de ampliar adequadamente as atividades de longo prazo, vitais para combater de forma significativa a emergência existencial que é a mudança climática”, disse Castro.

Ela acrescentou que a crise da fome na sub-região atingiu uma escala nunca vista antes, com evidências de que a situação está piorando.

“Na medida em que o período de seca se aprofunda antes da colheita anual de cereais em abril/maio, a comunidade internacional deve acelerar a assistência de emergência a milhões de pessoas desesperadamente famintas na África Austral e disponibilizar investimentos de longo prazo para permitir que a região vulnerável aguente os impactos agravantes das mudanças climáticas”, afirmou a diretora regional do PMA.

“Em um contexto de taxas já altas de desnutrição, crescimento populacional, desigualdade e HIV/AIDS, a crise da fome está sendo agravada pelo aumento dos preços dos alimentos, perdas de gado em larga escala e crescente desemprego”.

 

Xinhua/Notícias Agrícolas

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