Milho: oferta de mais de 67 milhões de toneladas faz com que os preços recuem mais rápido no interior do país

Nos últimos dias, o mercado do milho se mostrou bastante pressionado, com preços em queda no interior, abaixo do mínimo em algumas situações. Agora, o governo federal também abriu oportunidade para que os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal participem dos leilões de comercialização.

Paulo Molinari, analista de mercado da Safras & Mercado, disse que a movimentação dos preços é normal. A safra brasileira é grande, com as maiores produtividades da história: 67 milhões de toneladas serão colhidas nos próximos dias. Nem a demanda interna e nem a exportação conseguem absorver isso em 90 dias.

Hoje, os preços da saca giram em torno de R$ 28,00 em Santos, R$ 27,00 em Paranaguá. Os preços no interior devem refletir os preços do porto, menos o frete. Entretanto, a pressão de venda no interior faz com que os preços caiam mais do que nos portos.

Para o analista da Safras & Mercado, pelo volume que será abrangido pelos leilões do governo e pelos recursos disponíveis, a chance de mudar o mercado a partir desses leilões é pequena. Uma mudança nos preços poderia ocorrer apenas por um problema na safra americana ou por uma pressão cambial que mude os preços no porto.

Seria necessário, como destaca Molinari, que cinco milhões de toneladas fossem retiradas por mês, até fevereiro, para que o mercado encontrasse equilíbrio. O analista afirma que essa meta já foi possível durante agosto e janeiro de 2015. Neste ano, a situação ainda é uma incógnita.

Ainda há liquidez, sem comprometimento de demanda. Contudo, a safra brasileira possui volume bastante expressivo. A partir de agora, os produtores devem prestar atenção no mercado e vender de acordo com sua necessidade, já que apenas um fato novo seria capaz de mudar a situação.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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