A oferta de bovinos prontos para o abate em Mato Grosso, principal Estado produtor do país, só crescerá de maneira consistente em 2018, indica estudo realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Desde o ano passado, a oferta restrita de boi gordo vem afetando os frigoríficos do Estado e provocando a paralisação de plantas.
Pelas estimativas do IMEA, o estoque de animais machos prontos para o abate – com idade superior a 24 meses – aumentará 1,2% em 2017, chegando a 4 milhões de cabeças. No ano seguinte, o estoque alcançará 4,49 milhões de cabeças, o que significa um crescimento de 13,4% na comparação com o estoque de bovinos de 3.95 milhões previsto para este ano.
“O ciclo da pecuária vive a fase de retenção de matrizes, que traz uma diminuição do abate das mesmas, deixando o mercado menos ofertado”, afirmou o gerente de projetos da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Fábio Silva, em nota.
Por outro lado, a retenção de matrizes tem impulsionado a produção de bezerros. Neste ano, o estoque de bezerros – animais com zero a 12 meses de idade – atingirá o recorde de 3.73 milhões de cabeças, de acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT). Esses bezerros serão os bovinos abatidos entre 2017 e 2018.
Na avaliação da Acrimat, o preço do boi gordo deve se manter estável em 2017, dada a relação “ajustada” entre oferta e demanda.
Ao todo, o rebanho bovino de Mato Grosso é de 28,5 milhões de bovinos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O rebanho brasileiro totaliza 212.3 milhões de bovinos.