Depois de contabilizar prejuízos de R$ 1 bilhão, no ano passado, causados pela lagarta Helicoverpa armigera, este ano o oeste baiano volta a comemorar a retomada da produtividade. Para o algodão, que começa ser colhido em junho, a previsão é de recorde de produtividade, na faixa de 270/280 arrobas por hectare. Já o milho, que sofreu com a estiagem em janeiro, deve produzir, em média, 160 sacas por hectare, ante 125/130 sacas por hectare do ciclo passado. Quanto à soja, a expectativa é alcançar, em média, 42 sacas por hectare, ante 38 sacas na safra 2012/2013.
“Não conseguimos controlar, mas aprendemos a conviver com a Helicoverpa”, afirma o produtor Moisés Almeida Schmidt, que faz parte do conselho da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), é vice-presidente do Sindicato Rural de Barreiras e representante da Federação de Agricultura do Estado da Bahia na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
É nesse cenário de recuperação da agricultura e de retomada da produtividade das lavouras da região que será realizada a 10a Bahia Farm Show, de 27 a 31 de maio, em Luís Eduardo Magalhães, BA. Segunda maior feira brasileira em vendas e por visitante, atrás apenas da Agrishow de Ribeirão Preto, que completou 21 anos na edição deste ano, o evento contará com 190 expositores e mais de 600 marcas de produtos Para acompanhar a boa fase da agricultura, em 2014, a estrutura foi ampliada em 10% e a organização prevê a visita de 75 mil pessoas, ante 63 mil pessoas na edição passada. “A expectativa é de que sejam realizados cerca de R$ 1 bilhão em negócios, ante R$ 671 milhões, uma evolução de 49% sobre 2013”, estima Schmidt.
POTENCIAL E DESAFIOS
Segundo Schmidt, a região deve colher 7 milhões de toneladas de grãos e fibras. Para os produtores de milho, ele prevê lucro líquido de R$ 400 por hectare, de R$ 220 do da soja e de R$ 1.800. Em 2013/2014, o oeste baiano cultivou 2,28 milhão de hectares, sendo 1,31 milhão de hectares com soja, 308 mil hectares com algodão, 265 mil hectares com milho e 397,9 mil hectares com café, feijão e outros produtos agrícolas.
“Temos potencial para dobrar a área plantada em 10 a 15 anos, com a abertura de novas terras, no entanto, para atingir esta meta, precisamos resolver questões ambientais e trabalhistas, além de investir em infraestrutura para logística e energia elétrica”, vislumbra.
Na opinião do produtor, o grande gargalo é a logística para escoar a produção, 100% por rodovia, atualmente. Segundo ele, a viabilização do transporte hidroviário pelo Rio São Francisco, a partir de obras de dragagem, e as obras da Ferrovia Leste-Oeste (Fiol), que ligará a região, ao Porto de Ilhéus, com operação prevista para 2016/2017, devem minimizar o problema.
“Nosso potencial de exportação é forte e a tendência é aumentar ainda mais com a Fiol”, afirma Schmidt. Além de soja e algodão, desde 2012, a Bahia passou a exportar milho. “O algodão da região se destaca pela alta qualidade dos fios, tanto que os importadores e as fiações nordestinas pagando prêmios pela alta qualidade da pluma colhida na Bahia.”
De acordo com o produtor, a expansão da agricultura na região tem atraído o interesse de investidores brasileiros e de fundos estrangeiros. “Atualmente, a terra está bastante valorizada, comparada às melhores regiões do Brasil, na faixa de 500/600 sacas por hectares em áreas consolidadas”, diz.
TECNOLOGIAS
Na feira, os produtores encontrarão o que há de mais moderno em tecnologias, máquinas, equipamentos agrícolas, veículos, caminhões e insumos. Além palestras, mesas redondas e seminários sobre tecnologias agrícolas, a feira fará uma homenagem aos desbravadores da região Oeste da Bahia, homens e mulheres que transformaram a região em um importante polo agrícola.
A Bahia Farm Show é organizada pela Aiba, juntamente com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Associação dos Revendedores de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Oeste da Bahia (Assomiba) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães.
Por Equipe SNA/SP