O que pode melhorar o preço do trigo na temporada 2018

Segundo a consultoria Trigo & Farinhas, alguns fatores fundamentais podem elevar os preços do trigo, principalmente no primeiro semestre de 2018. O principal motivo é a redução na área plantada global, conforme previsto pelo IGC (saiba mais clicando aqui).

Além disso, as exportações de trigo canadense continuam abaixo da média dos últimos anos. “A Comissão de Grãos canadense informou que as exportações de trigo de Canadá alcançaram 4.7 milhões de toneladas na semana finalizada em 19 de novembro. Este volume está 8,4 % acima do mesmo período de 2016/17, mas 4% abaixo da média dos últimos cinco anos”, aponta a T&F.

Também o Mercosul terá 3.5 milhões de toneladas a menos do que o ano passado. Segundo a avaliação da consultoria Trigo & Farinhas, a produção de trigo do Mercosul deverá ser 12,86% menor do que a da safra anterior, com produção de 22.5 milhões de toneladas na safa 2017/18, contra 25.50 milhões de toneladas da safra 2016/17.

A qualidade média da safra também deverá ser menor, devido aos incidentes climáticos adversos ocorridos em todos os países produtores.

Outro fator é que a produção norte-americana de trigo de inverno está ameaçada pelo clima. “Os preços futuros do trigo já demonstram um caminho de recuperação. Os dados concretos que apontam uma possibilidade de preços melhores são atribuídos a uma previsão de seca nos Estados Unidos. As planícies do sul do país sofrerão com a seca em fevereiro, segundo diferentes fontes meteorológicas”, informa a T&F.

O Commodity Weather Group, por exemplo, diz que as chuvas estarão abaixo da média em todo o inverno do Hemisfério Norte. Muito pouca ou nenhuma chuva seria registrada no Kansas, o maior produtor do trigo americano.

Já Oklahoma e Texas, outros estados de grandes produtores das planícies, podem ficar até 30 dias sem precipitação. No momento, os três estados registram clima mais seco que o normal, mas ainda não indicam condições áridas, segundo o Monitor de Seca dos Estados Unidos.

A T&F projeta que Chicago pode se redirecionar a partir desta segunda-feira, com o vencimento do contrato de dezembro/2017. De forma geral, os contratos devem tender a uma recuperação nas suas cotações lentas, mas firmes, durante todo o período que vai até dezembro/2018, pelos vários fatores fundamentais listados acima.

Também o trigo para moagem no Brasil será 43,45% a menos, obrigando o aumento nas importações. “Os dados de produção oficial, que não distinguem qualidade, registram que a produção de trigo do Brasil deverá estar ao redor de 4.9 milhões de toneladas, mas a disponibilidade para moagem será de apenas 3.9 milhões de toneladas, contra uma necessidade entre 10.5 e 11.0 milhões de toneladas”, informa a consultoria.

“Isso obrigará o país a importar algo como oito milhões de toneladas, entre grãos e grãos equivalentes em farinhas, contra sete milhões de toneladas do ano passado. Vai depender da demanda que, ao que parece, pela recuperação da economia, será levemente melhor”.

“Na Argentina, o clima deve ser observado de perto, porque pode danificar em algumas áreas a qualidade da produção. Ao contrário do Brasil, que atravessa um período de seca, a Argentina sofre fortes chuvas justamente no período de colheita, que podem causar vários fenômenos adversos, como diminuição do FN, rebrote de grãos e algumas doenças como fusarium e geribela”, disse o analista Luiz Fernando Pacheco.

 

Fonte: Agrolink

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