O que deve ser mudado para que a produção seja considerada Baixo Carbono? 

 

Embrapa Soja

A SNA dá continuidade à parceria com a Embrapa Soja e seus pesquisadores na primeira publicação do ano. São trabalhos em andamento, ou já concluídos, de cunho acadêmico, informações com profundidade técnica  para estudantes, professores e interessados em se aperfeiçoar no agronegócio.         

Boas práticas agrícolas para produção de soja baixo carbono

Muito tem-se falado ultimamente em carbono, emissões, gases de efeito estufa, mudanças climáticas, mas o que isso afeta o dia a dia dos produtores de soja? O que deve ser mudado para que a produção seja considerada Baixo Carbono?  Muitas são as dúvidas acerca deste tema que precisam ser melhor esclarecidas.

Os gases de efeito estufa são aqueles, emitidos pela queima de combustíveis fósseis, mudança de uso da terra, algumas atividades agrícolas e energéticas, que são lançados na atmosfera e causam um aumento da temperatura da Terra. Entre os principais gases, os mais conhecidos são gás carbônico, óxido nitroso e metano. Esse aumento na temperatura global tem provocado efeitos drásticos na natureza como incêndios, temperaturas recordes, tempestades localizadas, ciclones, veranicos extremos e excesso de chuva em diferentes regiões.

A safra de verão 2021/2022 foi extremamente marcada por essas condições climáticas bruscas, com escassez de água na região Sul e Sudeste do Brasil e do Norte e Centro-Oeste por excesso dela, promovendo quebras recordes na produtividade das culturas de verão.

Vagem de soja. Elizeo Garcia Jr.

Além da queima de combustíveis fósseis, as atividades agrícolas também promovem a emissões desses gases. Como é absolutamente necessário alimentar pessoas e animais, não é possível simplesmente parar de produzir para não emitir gases, mas sim, utilizar práticas de cultivo que minimizem as emissões e que, ainda, capturem esses gases da atmosfera, deixando-os estocados no solo na forma de matéria orgânica.

Para produzir a Soja Baixo Carbono, as boas práticas agrícolas devem ser adotadas em sua integralidade dentro das propriedades produtoras de soja, entre elas destacam-se:

  • Sistema Plantio Direto: respeitando todos os pilares básicos de formação de palhada, rotação de culturas e não revolvimento do solo;
  • Utilização de Plantas de Cobertura: é uma das alternativas de rotação de culturas, com a característica dessas plantas terem um papel bem destacado em melhoria ambiental, aumentando palhada, descompactando solo, agregando matéria orgânica ao solo ou controlando pragas e doenças, de acordo com a espécie escolhida e melhoria desejada.
  • Inoculação das sementes: a associação das raízes da soja com bactérias do gênero Bradyrhizobium associadas com Azospirilum eliminam completamente a necessidade de aplicação de nitrogênio químico (grande emissor de gases) na cultura da soja pois promovem a fixação biológica desse elemento e o transferem para a planta;
  • Manejo Integrado de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas:  O monitoramento da lavoura, proporciona que a aplicação de agrotóxicos ou mesmo biológicos, somente seja utilizado quando necessário, reduzindo trânsito de máquinas e insumos e, com isso, reduzindo as emissões de gases;
  • O Manejo integrado da Nutrição da Soja: baseado na aplicação racional de fertilizantes, de acordo com as análises de solo. A carga de fertilizantes é bastante alta, assim otimizando-a há um forte impacto nas emissões do sistema.
  • Práticas previstas no Plano ABC+ ou similar em vigor: são benéficas ao sistema como a recuperação de áreas degradadas e as diferentes modalidades de integração lavoura pecuária floresta.

Desta forma, a produção de soja baixo carbono tem potencial de aumentar a produtividade por aumentar os estoques de carbono e matéria orgânica do solo; melhorar a estrutura do solo, a infiltração e a manutenção da água no solo, melhorando o aprofundamento de raízes e a nutrição da planta e aumentando resistência a períodos com déficits hídricos; além de reduzir a aplicação de químicos e o trânsito de máquinas, reduzindo o custo de produção.

 

Fontes: Pesquisadores; Roberta A. Carnevalli, Henrique Debiasi, Marco Antonio Nogueira, Marcelo Hiroshi Hirakuri (publicação também com parceria no canal Rural)
Parceria Embrapa Soja e Redação SNA – imprensa@sna.agr.br

 

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