Se, como apontam órgãos de pesquisa, o Natal deste ano esteve 10% mais caro que o de 2015, a culpa com certeza não cabe ao frango. O Procon-SP registra incremento anual de preço de 2,36% – ou seja, um percentual bem inferior à inflação dos últimos 12 meses, estimada em 6,5%. Mas, principalmente, um percentual muitíssimo aquém da elevação de custos que tanto penalizou o setor produtivo no decorrer de 2016.
É verdade que o preço de dezembro corrente ora considerado corresponde à média das três primeiras semanas do mês. Mas, pelo andar da carruagem, a ocorrência de significativas mudanças no mercado é possibilidade um tanto remota. Assim, o frango deve encerrar o exercício com, praticamente, a metade da inflação registrada no último quinquênio, já que em relação a dezembro de 2012 apresenta incremento de 16,70%, enquanto o IPCA acumulado nesse espaço de tempo tende a superar os 33%.
Quanto ao produtor independente – aquele que está mais sujeito aos reveses do mercado (por operar exclusivamente com produto vivo) e que hoje representa parcela mínima da produção (especialmente no Centro-Sul brasileiro) – encerra 2016 com um resultado nominal negativo em relação a dezembro do ano passado, e com uma variação nominal em cinco anos (incremento de 2,71%) correspondente a menos de um décimo da inflação acumulada no período.
Já no atacado, o frango resfriado obteve, nos dois últimos dezembros, resultados bem superiores aos da inflação. Porém, é preciso observar que o desempenho desses dois Natais apenas repõe perdas anteriores. Mesmo assim, parciais, porquanto em relação a 2012 o valor ora alcançado pelo frango abatido é apenas 4% superior, estando 1,46% acima do incremento obtido pela ave viva.
Fonte: AviSite