Analistas em geral têm se dedicado a ressaltar as grandes variações de preço do frango, sem atentar para as variações que vêm ocorrendo nos custos.
No momento, por exemplo, cotado a R$ 2,95/kg, o frango vivo alcança valor 9,26% maior que o de um ano atrás – o que, convenhamos, mal cobre a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
No entanto, nesses mesmos 365 dias, o farelo de soja registra variação de quase 30% (R$1.350,00/ton. contra R$ 1.045,00/ton.), enquanto o milho apresenta incremento de preço que supera os 50% (acima de R$ 35,00/saca no momento, contra R$ 23,00/saca em 6 de outubro de 2014).
Curiosamente, o milho se encontra, neste instante, muito próximo de sua máxima histórica – a média de R$ 35,68/kg de dezembro de 2012 – enquanto o frango vivo alcança o mesmo preço médio registrado na média daquele mês – R$ 2,95/kg. Assim, o poder aquisitivo do avicultor é pouca coisa maior (+1,22%) que o de quase três anos atrás.
Mas isso não se repete com o farelo de soja. Pois, tomadas como referência as mesmas datas, o poder aquisitivo atual do produtor de frangos é 16,30% inferior (vide tabela abaixo).
Parece, porém, que o pior nessa história ainda está por vir. Pois os preços ora alcançados pelas duas principais matérias-primas do frango não representam o limite. Normalmente (e salvo raríssimas exceções), eles atingem o valor-pico entre o final de um exercício e o início de outro, ou seja, no auge da entressafra.
A questão que fica agora é: será que o frango conseguirá acompanhar as vindouras altas de custo, sabendo-se que o poder aquisitivo de seu consumidor também foi exaurido?
Fonte: AviSite