O custo de produção de leite tem alta de 1,9% em janeiro

É o quinto mês seguido de elevação de custos de produção, acumulando variação de 5,80% no período – Foto de Screenroad na Unsplash

* Por Paulo do Carmo Martins e Samuel José de Magalhães Oliveira, Pesquisadores em economia da Embrapa Gado de Leite, e Manuela Sampaio Lana e Alziro Vasconcelos Carneiro, Analistas em economia da Embrapa Gado de Leite

Em janeiro, o ICPLeite/Embrapa registrou uma variação de 1,90%. A Mão de Obra e o Concentrado, que reúne ração e outros alimentos comprados, foram os principais grupos a impactar os custos neste primeiro mês do ano. Este resultado confirma a tendência de elevação de custos de produção de leite, já que é o quinto mês seguido de elevação de custos de produção, acumulando variação de 5,80% no período.

No acumulado de doze meses, ou seja, a variação de custos entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024 registrou uma queda de 0,40%.

Reajuste do salário mínimo impactou o grupo Mão de Obra

A alta do custo de produção de leite do mês de janeiro foi resultante, principalmente, pelo aumento do salário mínimo, que foi 7%. Este aumento ocorre todo ano, neste mês, em função do reajuste por força de lei.

O grupo Concentrado variou 2,60%, dada a alta dos preços da ração para vaca, farelo de trigo, fubá de milho e polpa cítrica, apesar da queda nos preços de farelos de soja e de algodão. O grupo Sanidade e Reprodução, registrou uma variação elevada, de 1,60% e próxima da inflação de custos do mês.

O grupo Qualidade do Leite, registrou uma variação restrita de 0,10%, enquanto que o grupo Minerais não teve variação de custos. Dois grupos registraram retração de custos. Volumosos variou em – 1,60% e Energia e Combustível em – 0,20%. Os dados constam do Gráfico 1.

No acumulado de doze meses, houve uma restrita deflação nos custos de produção (- 0,40%). Este resultado se deveu à queda de custos ocorrida na alimentação do rebanho. O grupo Minerais registrou uma retração significativa de – 22,50%. Já a produção e compra de Volumosos teve queda de 11,90%, enquanto que os preços do grupo Concentrado teve variação de – 2,10%.

Todavia, o grupo Energia e Combustível registrou significativa elevação no acumulado de doze meses. Entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, foi de 19,10%. Também Mão de Obra registrou variação de dois dígitos (10,90%), em função mais da escassez de mão de obra para ordenhador do que propriamente da variação acima da inflação que o salário mínimo vem apresentando. Os grupos Qualidade do Leite e Sanidade e Reprodução, com variações respectivas de 6,70% e 4,90%, registraram inflação próxima da inflação oficial para toda a economia, que registrou variação do IPCA de 4,50%. Os dados constam do Gráfico 2.

O Gráfico 3 mostra que entre janeiro/23 e janeiro/24 foram registrados três períodos distintos na evolução dos custos de produção de leite. Os custos caíram continuamente de janeiro/23 até junho/23, mantiveram-se estáveis até agosto/23 e começaram a aumentar continuamente a partir de setembro/23.

Em julho/23 foi mais barato produzir leite do que em janeiro/22 e janeiro/23. Este fenômeno raro ocorreu em função de queda nos custos de alimentação, principalmente de soja, milho e de insumos como fertilizantes e defensivos. Mas, entre agosto/23 e janeiro/24, o aumento de custos já registra um acumulado de 5,80%.

Fonte: Embrapa Gado de Leite
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