O atoleiro no caminho da supersafra

Por Miriam Leitão/

O momento do agronegócio traz mais uma contradição da economia brasileira. O país vai colher uma supersafra de grãos neste ano, mas o escoamento problemático já provoca perdas. O setor agrícola deveria tratar a logística como sua principal pauta, mas tem se dedicado a outros assuntos que não fazem sentido.

A safra de grãos é chamada de “super” porque será 20% maior em 2017. É uma das raras notícias boas da economia nesse começo de ano. A expansão impulsiona o comércio exterior, melhora a renda agrícola e gira outros setores da economia. Mas uma chuva mais forte piorou as condições da BR-163, que liga as regiões produtoras de soja aos portos do Norte, e o transporte da safra emperrou.

Navios desistiram de esperar. O prejuízo chega a R$ 350 milhões. O ministro Blairo Maggi disse que o “dinheiro que estava na mesa está indo para o ralo”.

O agronegócio deveria brigar por melhorias na infraestrutura do país, ao invés de se dispersar em causas falsas. Os ruralistas às vezes se mobilizam por pautas que não fazem sentido, como a briga recente com a escola de samba que falava sobre a produção agrícola no Xingu. Esses e outros assuntos, como a revisão das áreas de proteção, são pautas em conflito com outras agendas da sociedade brasileira.

 

Fonte: O Globo

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