Animados pelas elevadas margens de lucro proporcionadas pela soja na safra 2019/20, quando a área plantada e a colheita alcançaram as maiores marcas da história no país e os preços permaneceram nas alturas, inflados pelo câmbio, os produtores brasileiros do grão se preparam para estabelecer novos recordes na temporada 2020/21, cuja semeadura terá início no mês que vem.
Com os ventos favoráveis no mercado, alimentados pela forte demanda da China e compras domésticas aquecidas por parte dos frigoríficos de aves e suínos, as vendas da colheita, que começará a ganhar força em janeiro próximo, tiveram início já em dezembro de 2019, três meses antes do habitual, o que reforça as perspectivas de que uma nova leva de bons resultados está por vir.
No ciclo 2019/20, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área chegou a 36.9 milhões de hectares e a produção somou 120.9 milhões de toneladas. Para 2020/21, as estimativas disponíveis apontam para crescimentos de pelo menos 2,70% e 6,90%, respectivamente. Para os mais otimistas, o avanço da colheita poderá chegar a quase 10%. Em todos os cenários, o Brasil continuará a ser o maior país produtor de soja do mundo.
Segundo a consultoria AgRural, a área vai atingir 37.9 milhões de hectares e o volume, a 129.3 milhões de toneladas. Nas contas da Associação Brasileiras das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa as grandes tradings que atuam no País, a produção chegará a 130.5 milhões de toneladas.
A Céleres, outra consultoria, estima 38.2 milhões de hectares e 130.8 milhões de toneladas, enquanto a StoneX prevê 37.9 milhões de hectares e 132.6 milhões de toneladas na próxima safra, em uma área de 37.9 milhões de hectares. E no meio do caminho está o USDA, que estima uma colheita de 131 milhões de toneladas.
Nesta terça-feira, a Conab divulgou as primeiras projeções oficiais para o plantio dos principais grãos cultivados no Brasil em 2020/21 (acesse aqui o relatório completo).
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), no estado, que lidera a produção de soja, milho e algodão no país, a oleaginosa deverá se espalhar por 10.2 milhões de hectares, uma área 2,20% superior à registrada em 2019/20. Mas, por causa do clima, a produção está estimada pelo órgão, em 35.2 milhões de toneladas, diminuição de 0,60%.
De acordo com o Imea, mais de 50% da colheita esperada já foi negociada até julho, contra uma média de 23,50% para o período nos últimos cinco anos. Há um ano, quando estava em jogo a safra 2019/20, o percentual negociado era de 25,30%.
Fonte: Valor Econômico
Equipe SNA