Os frigoríficos brasileiros de carne bovina estão otimistas com a possibilidade de reabertura de mercados ainda em 2017, disse hoje ao Valor o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli.
Fechado desde junho, o mercado de carne bovina in natura dos EUA está próximo de ser reaberto, disse Camardelli. Há duas semanas, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já havia afirmado que o mercado dos EUA poderá ser reaberto em outubro.
De acordo com o presidente da Abiec, os EUA deram um sinal positivo em setembro quando liberaram as importações de carne bovina termoprocessada de cinco frigoríficos brasileiros que estavam barrados desde junho. Naquele mês, os americanos vetaram o produto brasileiro devido, entre outras coisas, à presença de abscessos na carne.
O segundo maior importador da carne do Brasil, a China, também deve ampliar o acesso dos produtos brasileiros. Segundo Camardelli, uma missão de técnicos do país asiático virá ao Brasil em novembro, o que poderá acelerar a habilitação de mais frigoríficos. Hoje, 16 frigoríficos de carne bovina do Brasil estão autorizados a exportar à China.
Mercado sempre cobiçado pelos frigoríficos brasileiros, a Coreia do Sul também poderá dar notícias positivas para o país, disse Camardelli. No próximo dia 17, uma missão de técnicos coreanos chegará ao Brasil para avaliar as condições dos frigoríficos. A visita, destacou o presidente da Abiec, será feita após um pedido dos próprios coreanos, o que mostra que a Coreia tem “vontade de comprar produtos brasileiros”.
Segundo Camardelli, a Coreia do Sul sempre resistiu ao produto brasileiro com o argumento de que o Brasil vacina seu rebanho contra a febre aftosa. No entanto, disse ele, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) tem insistido que esse não é um argumento válido para barrar a carne, o que pode ter surtido efeito.
Outro fato que pode ter ajudado a convencer os coreanos foi o painel aberto pelo Brasil na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a Indonésia, justamente por barrar a carne bovina do Brasil por causa da vacinação contra a febre aftosa.
Por fim, Camardelli também destacou a provável reabertura do mercado das Filipinas. Na avaliação dele, os filipinos estão na “iminência” de liberar a carne do Brasil.
Fonte: Valor Econômico