Nidera Sementes pode ser vendida

A Nidera Sementes, que pertence à estatal chinesa Cofco, teria iniciado um processo de separação da sua holding com objetivo de vender a unidade. A informação veio de fontes do jornal La Nación e são ligadas ao mercado de sementes. Elas também revelaram que grandes nomes do mercado, como a Syngenta e a Bayer, estariam entre as interessadas.

A Syngenta é uma empresa suíça que recentemente foi comprada por US$ 43 bilhões por outra chinesa, a ChemChina. A Nidera foi fundada em 1920 em Roterdã (Países Baixos) e está na Argentina desde 1929. No ano passado, a Cofco passou a controlar 100% da companhia. Além disso, passou a controlar a cerealista Noble. A Nidera e a Noble passaram a fazer parte da Cofoco, um gigante que em 2015 vendeu mais de 47 milhões de toneladas no mundo e teve mais de US$ 16.9 milhões em receita. Está entre as 500 maiores empresas do mundo.

A compra da Nidera não se deu precisamente pelo seu negócio de sementes, mas pela trading e originação de grãos, cada vez mais demandados pela China. Neste ano, de acordo com o USDA, o país vai importar um montante de 94 milhões de toneladas de soja, acima das 91 milhões de toneladas comprados no período passado.

Nos últimos 20 anos, o consumo chinês de soja subiu aproximadamente sete vezes. Nesse contexto, o interesse na compra da Nidera é compreensível. A firma sempre esteve no top 10 das tradings da Argentina. Nos sete primeiros meses de 2017, a Cofco Nidera esteve no terceiro lugar no ranking de exportadores de grãos e subprodutos com 4.6 milhões de toneladas embarcadas, segundo um informativo da corretora Zeni.

“Quando eles compraram a Nidera, fizeram isso em função da originação de grãos e a parte de sementes veio como algo mais, mas nunca realmente lhes interessou conservar este negócio,” disse uma fonte informada sobre a realidade da empresa. “O negócio de sementes está se separando da Cofco,” disse outra fonte.

Há dez dias, a agência Reuters informou que a Cofco estava considerando a venda da sua unidade de sementes na América Latina, que é praticamente Brasil e Argentina. Nesse momento, Kevin Yange, presidente-executivo e de assuntos corporativos na Cofco Internacional, expressou que a firma não tinha nenhum interesse em vender a operação da NIdera, mas fez alguns comentários sobre a possível venda do negócio de sementes. “Será uma fusão ou venda,” uma terceira fonte disse ao La Nación.

A unidade de sementes começou a operar em 1988 e rapidamente se tornou uma referência no mercado. Foi a primeira sementeira a ter um transgênico aprovado na Argentina. Segundo fontes do mercado, a empresa vendeu aproximadamente 6 milhões de sacas no Brasil, onde tem um participação de mercado de 8%, e 4 milhões na Argentina, onde tem uma parcela de 33% do mercado.

No milho, segundo fontes, vende de 700.000 a 800.000 sacas na Argentina e 300.000 sacas no Brasil. Essa posição faz o negócio atraente para qualquer companhia no setor interessada em expansão. Muito antes de ficar com a Monsanto, existiram boatos de que a Bayer fez consultas para comprar o negócio de sementes da Nidera.

 

Fonte: Agrolink

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