Preço do leite registra alta de 13% no varejo
Por Evania Costa, da Gazeta/MT
Preço do leite integral registrou alta de 11,5% no intervalo de um ano na Capital. No comparativo entre os meses de fevereiro de 2012 e 2013 o aumento no varejo do custo do leite desnatado chegou a 13,87% e de 8,35% no semi-destanatado, segundo demonstra o Boletim Mensal do Leite, elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esperar pelas promoções nos supermercados foi a saída encontrada pela professora Francisca Lopes Xavier, 60, que não dispensa o leite no carrinho de compras. “Acho fundamental. Faz parte da alimentação”. Mas baixar o custo do café da manhã era necessário e ela começou a substituir parte do leite, que era consumido várias vezes ao dia, pelo suco em caixinha.
Nas gôndolas – Outros produtos lácteos também foram pesquisados pelos analistas do Imea. Dentre eles queijos, leite condensado, creme de leite e iogurte. Em 1 ano, o maior “susto” do consumidor foi com o queijo minas frescal, cujo quilo custava R$ 17,59 em fevereiro deste ano, representando uma alta de 52,84% sobre o preço praticado no 2º mês do ano passado. Usando a mesma base de comparação, a manteiga com sal aparece em 2º lugar, com expansão de 33,51% no preço de 500 gramas, chegando a R$ 10,55 este ano.
Márcia Conceição da Cunha, 40, teve que “abrir mão” da renda extra com a produção de bolos. “Os clientes não queriam pagar o preço e agora faço só para consumo em casa”, diz a dona de casa, que reclama das altas sucessivas do leite condensado junto aos ovos. Os gastos na família de Márcia só não são maiores porque ela conta com conhecidos que possuem sítios e fornecem leite.
2013 – O levantamento apresenta também a variação registrada no 1º bimestre do ano. Nesse período o leite desnatado teve o reajuste mais expressivo, de 9,15%, com a elevação do preço do litro de R$ 2,47 em janeiro, para R$ 2,70 no mês passado. Este ano, o semidestanato aumentou 6,94% e o integral 0,89%. Entre janeiro e fevereiro deste ano, os preços do quilo do queijo provolone e da ricota obtiveram os maiores recuos, de 16,73% e 15,75%, respectivamente.
Indústria – Com o objetivo de ampliar as exportações brasileiras do setor lácteo em 30% até 2014, o governo federal e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) firmaram parceria que possibilitará um investimento de R$ 2,3 milhões, em 2 anos, na promoção dos produtos brasileiros no mercado externo. A proposta é realizar missões a diversos países, dos Emirados Árabes a China.
Financiamento “muito bem vindo”, mas que poderia ser colocado também no campo, na avaliação do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele, ao destacar que, mesmo com o salto na produção nacional de leite de 9 bilhões de litros em 2000, para cerca de 34 bilhões (l) no ano passado; o país também está importando mais a bebida para o consumo interno.
Fenômeno que, segundo ele, não vai acabar tão cedo. Tratando da produção, outro problema, cita Naegele, é a dificuldade dos financiamentos chegarem de verdade até o produtor, que tem dificuldade na aprovação de cadastros.