Mudanças climáticas não devem afetar produção de café no Brasil nos próximos anos, mostra estudo de pesquisadores brasileiros

Os produtores de café do Brasil podem ficar um pouco mais tranquilos. Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista internacional “Journal of the Science of Food and Agriculture” assegura a longevidade da produção de café no Brasil, que detém por muitos anos o título de maior produtor e exportador da commodity no mundo. Essa percepção mais otimista acontece em um momento em que cientistas ao redor do mundo têm apostado que as mudanças climáticas podem comprometer o cultivo do grão em alguns países.

No Brasil, a preocupação com as mudanças climáticas tem sido maior, pois o país figura, segundo a FAO como o segundo maior produtor agrícola, ou seja, um dos principais produtores de alimentos no planeta. Os temores de que o clima possa afetar a sustentabilidade na produção de alimentos surgiram a partir da criação Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, mais conhecido pelo acrônimo IPCC, criado no ano de 1988.

Embora a interferência humana nas questões climáticas nem seja um consenso entre os próprios cientistas, é fato que a cafeicultura tem recebido atenção. Pesquisas apontam para a possibilidade das atuais áreas produtoras de café do planeta, incluindo o Brasil se tornarem parcial ou totalmente desfavoráveis para a produção desse grão no futuro, interferindo assim na subsistência de mais de 120 milhões de pessoas em todo o mundo envolvidas, direta ou indiretamente, na cadeia produtiva do café.

Pesquisadores brasileiros, no entanto, não acreditam nisso na pesquisa “A mudança climática não afeta o rendimento de Coffea arabica no Brasil”, em tradução livre uma vez que o estudo está disponível apenas em inglês. “Usando dados de 18 municípios localizados em cinco estados brasileiros que produzem mais café no Brasil, sem precedentes, […] é demonstrado que, embora a temperatura mínima seja a variável climática mais importante para a produção, seu efeito, embora seja positivo, seu grau de explicação, é tecnicamente muito pequeno […], explica um trecho do estudo que está disponível online.

O trabalho dos cientistas brasileiros leva em conta uma pesquisa anterior, publicada em 2015, em que demonstra que está previsto o declínio acentuado da produção do café arábica na Tanzânia devido às mudanças climáticas, fato que também pode ocorrer em outros países produtores dentre eles o Brasil, que é o maior produtor do grão dentre 70 países e que movimenta um comércio global superior a US$ 19 bilhões.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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