MS: mercado permanece estável, mas preço da soja é 4% menor que em 2015

O preço da saca de soja em Mato Grosso do Sul atinge em outubro (1º a 20) média de R$ 69,78, com desvalorização de 1,6% no comparativo com o início do mês. Os dados são do último Informativo Casa Rural, elaborado pelo Departamento de Economia do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul). Apesar da estabilidade, o preço atual é 4,6% inferior à média verificada em outubro de 2015, quando a saca era vendida a R$ 73,17.

O analista econômico do Sistema Famasul, Luiz Eliezer Gama, explica que o mercado permanece estável devido à concentração do produtor no plantio. “Tanto a comercialização física quanto a antecipada estão paradas. A comercialização antecipada da safra 2016/17 atingiu 22,34%, o que representa um atraso de 15% em relação ao mesmo período do ano passado”, disse.

Em setembro deste ano, Mato Grosso do Sul exportou 62 mil toneladas de soja em grãos, registrando queda de 57,6% no comparativo com igual período do ano passado. As receitas apresentaram recuo de 52,5%, atingindo o valor de US$ 27 milhões. O economista esclarece que a queda das exportações neste período é considerada normal. “Agora, quem está atendendo o mercado internacional é os Estados Unidos, onde é época de colheita e há alta oferta”, evidencia Gama. As exportações brasileiras de soja se concentram geralmente no período de março a julho.

Milho

A saca de milho é negociada, em média, a R$ 33,26, com alta de 3,1% em relação ao início do mês. No comparativo com outubro do ano passado, houve alta nominal de 39,5%. O analista econômico do Sistema Famasul disse que o aumento do preço médio é resultado da oferta restrita no mercado interno. “A comercialização do grão está travada, pois o produtor está concentrado no plantio da soja e esperando uma melhora nas negociações”, relata. Tal situação também estimulou o aumento nas importações brasileiras, que cresceram mais de 500% em comparação ao ano passado. Outro fator é a colheita nos Estados Unidos, que no momento está atendendo o mercado internacional.

Dados da Secex/MDIC apontam que as exportações em setembro de 2016 alcançaram cerca de 200 mil toneladas de milho – 37,7% a menos em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as receitas recuaram 40,4%, atingindo a margem dos US$ 31.2 milhões. O economista explica que o mercado interno deste segmento atualmente está escasso. “Houve quebra na safra de inverno, o que provocou desequilíbrio na oferta e na demanda”, disse Gama.

O volume de exportações de milho foi concentrado no primeiro quadrimestre de 2016. As vendas externas tiveram forte crescimento neste período, devido à competitividade brasileira. “O dólar valorizado no início do ano deixou o preço do milho competitivo no mercado internacional”, declara o economista. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram exportadas 1.69 milhão de toneladas – volume 37,1% maior que verificado em igual período de 2015.

 

Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul

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