O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) avalia que o escoamento da safra de grãos destinada ao mercado externo acontecerá cada vez mais pela região Norte do país, chegando a 40% do total, até lá. “É uma realidade que aos poucos está acontecendo. Cada vez que se envia uma mercadoria pelo Norte, são aliviados os portos do Sul e a vida dos produtores de lá”, disse o ministro.
As mudanças no sistema portuário já vêm acontecendo, afirmou Maggi, lembrando que, há pouco tempo, os telejornais mostravam filas de caminhões que se estendiam, por exemplo, de Curitiba até o porto de Paranaguá e de São Paulo até o porto de Santos.
“Não existe mais nada disso. Hoje, as exportações são agendadas, o caminhão tem uma senha, chega no tempo, no dia e na hora certa, descarrega e vai embora. Precisamos avançar muito, mas já caminhamos bastante”.
Maggi participou, nesta sexta-feira (15/12) do Seminário Brasil Central, no jornal O Globo, no Rio de Janeiro, onde falou sobre a força do agronegócio na transformação do Brasil. O ministro destacou a importância da produção de alimentos para atender a demanda de três bilhões de pessoas que deverão estar na classe média no mundo até 2030.
Na ocasião, Maggi enfatizou que o mercado asiático ainda é o que tem maior potencial de crescimento para os produtos brasileiros. “No sul e sudeste asiático estão concentrados 51% da população do planeta e 19% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial”, observou. “Essa região responde pelo consumo de 28% das aves comercializadas, de 20% dos bovinos, 31% dos lácteos e 37% do açúcar”.
A preservação da vegetação nativa do país, que chega a 63% do território brasileiro, foi outro ponto destacado pelo ministro. O dado foi comparado com a preservação nos Estados Unidos, que corresponde a 19,9%. No Brasil, as propriedades rurais, incluindo áreas de florestas plantadas, representam 22,2% do território nacional, enquanto nos EUA chegam a 30,2%.
Durante o evento, Maggi anunciou a entrega, ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, de um estudo desenvolvido pela Embrapa Territorial sobre as melhores alternativas para investimentos em logística que beneficiarão o agronegócio brasileiro.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento