Uma melhora generalizada das perspectivas do Ministério da Agricultura para as principais cadeias do campo brasileiro levou a Pasta a elevar de forma expressiva sua estimativa para o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária no País em 2020, apesar dos reflexos negativos da pandemia em alguns segmentos com menos peso no cálculo.
Segundo levantamento recém-concluído, o VBP do setor como um todo passou a ser calculado pelo ministério em R$ 742.4 bilhões, montante recorde, R$ 25.8 bilhões maior que o estimado em julho e 10,10% superior ao de 2019.
Para o conjunto formado pelas 21 principais lavouras do País, o ministério elevou sua estimativa do VBP para R$ 493.9 bilhões, com aumentos de R$ 13.9 bilhões em relação à julho e de 12,30% em relação ao ano passado.
Com a colheita recorde, boa demanda externa e preços domésticos valorizados pelo câmbio, a soja lidera o VBP da agropecuária brasileira. A Pasta elevou a estimativa do grão para R$ 181.5 bilhões, R$ 8 bilhões a mais do que previa no mês passado e montante agora 22,40% superior ao de 2019.
Também colaboram para o aumento do VBP agrícola na comparação com 2019 crescimentos previstos para arroz (16,30%, para R$ 12.5 bilhões), cacau (18,80%, para R$ 2.9 bilhões), café (37,90%, para R$ 29.4 bilhões), cana (0,40%, para R$ 63.7 bilhões), milho (15%, para 78.8 bilhões) e trigo (69,60%, para R$ 8.2 bilhões).
Para o VBP conjunto das cinco principais cadeias da pecuária, o ministério elevou a sua estimativa para R$ 248.5 bilhões, R$ 11.9 bilhões a mais que o estimado em julho e 6,10% superior ao do ano passado.
Em relação aos bovinos, a conta foi ampliada para R$ 100 bilhões, 12,60% acima de 2019. No caso do frango, a estimativa subiu para R$ 65.2 bilhões, valor ainda 7,50% mais baixo na mesma comparação.
Para os suínos, o VBP deverá aumentar 6,20% em relação ao ano passado, para R$ 20.3 bilhões. Quanto ao leite, o valor tende a crescer 12,50%, para R$ 41.3 bilhões, e no caso dos ovos, o avanço deverá chegar a 14,40%, para R$ 14.7 bilhões.
Valor Econômico