Ingrediente fundamental na mesa do brasileiro, o feijão marca presença em todo prato feito que se preze e é garantia de lucro nas lavouras de Minas. Maior produtor de café do mundo, o estado também se destaca no plantio da leguminosa: ocupa a vice-liderança no ranking nacional de produção do grão.
Tipo mais popular no país, a variedade carioca, que tem formato arredondado e cor bege com listras marrons, é também a mais cultivada em solo mineiro. Fruto, principalmente, da agricultura familiar, que responde por cerca de 60% do total da produtividade em Minas, o grão é plantado em sua maioria em municípios da região noroeste, tais como João Pinheiro, Paracatu, Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia e Buritis.
O motivo da representatividade do estado no cenário nacional, segundo o coordenador estadual de Culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), Sérgio Regina, é a topografia privilegiada, que facilita o processo de mecanização da lavoura.
“É plantado, principalmente, como cultura de subsistência, ou seja, para consumo próprio, e se vende o excedente. No sul de Minas, entretanto, alguns produtores se especializaram na cultura, utilizando o sistema de rotação com plantio de batata e milho”, disse.
Safra
Este ano, a primeira safra mineira de feijão pode crescer até 7,6% com a colheita de 210 mil toneladas. O volume mínimo estimado é de 198 mil toneladas, que, se alcançado, será quase 1,5% superior às 195 mil toneladas colhidas na primeira safra de 2016/17.
De acordo com o coordenador da Emater-MG, o aumento de área plantada no estado tem relação direta com o emprego de tecnologia. A adoção da técnica de fertilização de solo também é benéfica, já que fornece microelementos importantes no combate a pragas e doenças e, portanto, beneficia a saúde das sementes.
Segundo o especialista, o principal problema enfrentado pelos produtores do grão no estado é a sanidade das sementes. “Temos tido relatos de produtores com dificuldade de encontrar um produto bom, fundamental para o plantio”.
No mês passado, com o objetivo de evitar a contaminação das lavouras mineiras pelo mosaico dourado, doença provocada por um vírus transmitido pela mosca branca, o Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima) instituiu o chamado “vazio sanitário”. No período de 30 dias, produtores ficaram proibidos de cultivar feijão e de manter plantas vivas ou excedente de safras anteriores. A conduta é adotada desde 2013.
Fonte: Hoje em Dia