Milho: preços recuam quase 20% no mercado doméstico na semana e negócios caminham lentamente

A semana foi negativa para os preços do milho no mercado interno. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Itumbiara (GO), a saca caiu 19,35%, cotada a R$ 25,00. Nas localidades de Unaí e Paracatu, em Minas Gerais, a queda foi de 11,76%, com a saca cotada a R$ 30,00.

Em Goiás, nas praças de Rio Verde e Jataí, a queda foi de 10,71%, com a saca cotada a R$ 25,00. Ainda no Estado, em Chapadão do Céu, a queda foi de 10% e a saca foi cotada a R$ 27,00. Em Uberlândia (MG), a saca encerrou a semana cotada a R$ 30,00, em queda de 9,09%. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro cedeu 1,67%, cotada a R$ 29,50.

O ritmo dos negócios segue lento no mercado brasileiro. O CEPEA reportou ao longo dessa semana que o avanço da colheita da safra de verão contribuiu para o aumento gradativo da oferta e, consequentemente, para pressionar as cotações.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor Vlamir Brandalizze, destacou que as exportações seguem lentas com o dólar mais barato nesse momento. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), até a segunda de março, as exportações do cereal somaram 97.900 toneladas.

O volume diário embarcado foi de 12.200 toneladas. “Se este ritmo de embarque se mantiver, o País irá exportar 281.500 toneladas de milho em março. Com isso, o Brasil fechará o primeiro trimestre de 2017 tendo exportado 2.2 milhões de toneladas, 81,2% menos que em igual período do ano passado”, indicou a Scot Consultoria.

Enquanto isso, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,1008 para venda, em queda de 0,47%.

Bolsa de Chicago

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram uma semana positiva. Os principais vencimentos acumularam valorizações de 0,79% a 0,89% ao longo dessa semana, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Hoje, os contratos do cereal fecharam em alta de 1,50 e 2,25 centavos. O vencimento maio/17 fechou cotado a US$ 3,67 ½/bushel, enquanto o julho/17 fechou a US$ 3,75/bushel.

Segundo o site internacional Agrimoney.com, as cotações do cereal subiram no final do dia, impulsionadas por um movimento de compras técnicas. “A falta de preocupações meteorológicas foi o principal fator que tem mantido os mercados de soja e milho na defensiva e realmente minimizou as movimentações nesta semana”, disse o analista internacional Darrell Holaday, da Country Futures.

A demanda tem sido uma constante no mercado e também deu suporte aos preços ao longo da semana. Os rumores de que a China teria adquirido até 500.000 toneladas de milho americano movimentou o mercado.

“A compra a termo pode ter sido uma resposta aos receios de que os preços do milho chinês recuem no verão e que os grandes estoques do cereal chineses são de má qualidade”, disse o analista da Futures International, Terry Reilly, em entrevista ao Agrimoney.com.

A oferta também segue exercendo pressão negativa sobre os preços. Na América do Sul, o grande destaque é a safra do Brasil, estimada em 91.5 milhões de toneladas pelo USDA em seu último relatório de oferta e demanda.

Para a Argentina, a estimativa é de uma safra ao redor de 37 milhões de toneladas do cereal, segundo levantamento realizado pela Bolsa de Grãos de Buenos Aires. Até o momento, pouco mais de 10% da área semeada foi colhida e a produtividade está acima da esperada inicialmente, ainda conforme destacou a entidade.

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