Milho: Colheita da 1ª safra ainda segue lenta e garante mais uma semana de preços firmes no mercado interno

Segundo o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, a semana foi de ligeira movimentação para os preços do milho no mercado interno brasileiro. No Porto de Paranaguá, a saca do produto futuro, para setembro/16, acumulou uma queda de 4,05%, cotada a R$ 35,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), no balanço semanal a queda foi de 5,26%, com a saca cotada a R$ 36,00. Na praça de Jataí (GO), a saca recuou 1,56%, cotada a R$ 31,50.

Em Campo Novo do Parecis (MT), a semana foi ligeiramente positiva, com a saca registrando alta de 1,75%, cotada a R$ 29,00. Em Não-me-toque (RS), a saca subiu 1,39%, cotada a R$ 36,50. Em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, a alta semanal foi de 0,92%, com a saca cotada a R$ 32,80. Nas demais regiões, a semana foi de estabilidade.

O consultor Vlamir Brandalizze, ressaltou que as cotações no mercado interno permanecem sustentadas diante da lentidão da colheita da safra de verão. “Tivemos mais uma semana com chuvas na região Centro-Sul do Brasil, o que não permitiu um avanço significativo dos trabalhos nos campos. E os negócios permanecem lentos, uma vez que os compradores e os vendedores esperam o andamento da produção da 1ª safra”, disse.

Segundo informações da Emater/RS, no Rio Grande do Sul, a colheita do cereal passou de 38% para 42% essa semana. O percentual está bem próximo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 45%. A entidade também reforçou em seu último boletim técnico, que os atuais índices de produtividade e qualidade trazem otimismo aos produtores rurais. E, apenas em algumas localidades da região Sul do estado, as lavouras apresentam deficiência de chuvas, o que gera déficit hídrico e prejudica a cultura e sua produção.

A semana também foi chuvosa no Paraná e, segundo informações da Climatempo até a próxima quinta-feira (3) o Estado poderá acumular chuvas de até 150 mm. Com isso, a colheita passou de 24% para 37% essa semana, conforme informações divulgadas pelo DERAL (Departamento de Economia Rural). Ainda assim, 90% das plantações se apresentam em boas condições e 1% apresentam condições ruins. 67% das plantações estão em fase de maturação. O DERAL ainda informou que 26% da safra já foi comercializada.

Segundo o levantamento realizado pela França Jr. Consultoria, foram plantados 5.595 milhões de hectares na safra de verão e a colheita deverá ser de 27.627 milhões de toneladas. Já na segunda safra, a perspectiva é que sejam plantados 10.315 milhões de hectares, com uma produção de 59.500 milhões de toneladas.

“Esperamos que na próxima semana o tempo colabore a colheita do milho primeira safra caminhe um pouco mais rápido. Consequentemente, poderemos ver as cotações se acomodando em patamares mais baixos, as perdas podem ficar entre 10% a 15%. Também é preciso destacar que a partir do início do mês de março deveremos acompanhar uma redução nos embarques de milho, já que as exportações da soja deverão ganhar espaço”, disse Brandalizze.

Leilões da Conab

Ainda nesta sexta-feira (26), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou os valores iniciais para os leilões de venda dos estoques públicos de milho que serão realizados na próxima quarta-feira (2). Ao todo serão ofertadas mais 150.000 toneladas e os preços deverão ficar entre R$ 20,22 e R$ 30,78/saca.

Os analistas ainda reforçam que com a disputa, os preços podem subir ao longo das operações. Os lotes sairão de armazéns da companhia nos estados de Mato Grosso e Goiás.

BM&F Bovespa

As cotações dos contratos futuros do milho negociados na BM&F Bovespa interromperam a alta de três dias e fecharam o pregão desta sexta-feira (26) em campo misto. Apenas o vencimento maio/16 se manteve em alta e encerrou o dia cotado a R$ 41,20/saca, com ganho de 0,54%. Os demais contratos exibiram leves quedas no final da sessão. O contrato março/16 fechou cotado a R$ 43,74/saca e o setembro/16 a R$ 36,94/saca.

O mercado acabou perdendo forças apesar da alta do dólar.

Bolsa de Chicago

Enquanto isso, na CBOT, os contratos futuros do milho finalizaram o pregão desta sexta-feira (26), consolidando o 4º dia consecutivo de queda. O vencimento março/16 fechou cotado a US$ 3,54½ o bushel. Já o maio fechou cotado a US$ 3,59½ o bushel. A semana também foi negativa para os preços do cereal, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Os preços acumularam desvalorizações entre 2,31% e 3,01%.

O mercado ainda segue atrelado ao mercado financeiro, que ainda permanece no radar dos investidores. Além disso, é consenso entre os especialistas que faltam novos dados fundamentais para os preços. E, nem mesmo as primeiras estimativas para a safra norte-americana, divulgadas no Outlook Forum foram fortes o suficiente para pressionar o mercado. As estimativa divulgadas no fórum, indicam um aumento expressivo dos estoques finais de milho na temporada 2016, para 50.22 milhões de toneladas, o maior dos últimos 12 anos.

Já a safra americana 2016/17 foi estimada em 351.17 milhões de toneladas, enquanto a produtividade média deve ser de 177,8 sacas por hectare.

O andamento da safra da América do Sul também está sendo acompanhado pelo mercado, especialmente a da Argentina. As agências internacionais divulgaram nesta quinta-feira (25), que as chuvas ocasionadas pelo El Niño poderiam inundar áreas produtoras de soja e milho em março.

Fonte: Notícias Agrícolas

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